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Como lidar com o suicídio?

Professor Carlos Oliveira

24/12/2018 às 07h29 Atualizada em 24/12/2018 às 07h52
Por: Carlos Oliveira Fonte: Carlos Oliveira
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O suicídio virou uma espécie de “epidemia do século vinte e um” e tem assustado o mundo. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 10.220 pessoas tiram suas vidas no Brasil a cada ano. Isso equivale, aproximadamente, 28 brasileiros suicidando-se por dia, ou ainda, 1 morte por hora. É necessário destacar também que para cada morte há entre 10 e 20 tentativas.

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Em 2018, Paracatu viveu uma situação preocupante com a morte de várias pessoas. Esses números alarmantes têm chamado à atenção de médicos, psicólogos, líderes religiosos e de toda a sociedade brasileira e paracatuense. Por isso, embora não seja especializado na área, decidi abordar este assunto. Para tanto, acredito ser necessário primeiro desmistificar esse assunto.

Como cristão, acho coerente abordá-lo partindo de um contexto religioso. Muitos “religiosos” pensam que esse problema é sempre de origem “espiritual” e por assim dizer “coisa maligna” e, talvez por isso, receiam em compartilhá-lo dificultando o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento. Embora as pessoas no Brasil sejam livres para expressarem suas crenças e fé, jamais devem usar desses artifícios para discriminar, atrapalhar, postergar ou mesmo impedir os acometidos desse mal de buscarem a medicina humana para se curarem. Atitudes assim, são ilegais, imorais e hereges, pois, a princípio, sob nenhum pretexto, a religião deveria ser “pedra de tropeço” para qualquer semelhante.

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Lendo as palavras do próprio Jesus, aprende-se que quem está doente precisa é de médico: “Os sãos não necessitam de médico, mas sim, os doentes”. Ou ainda, segundo a sabedoria de Salomão (que é “profeta” tanto para Judeus, Muçulmanos e Cristãos) coisas como essa e outras podem acontecer com qualquer pessoa independente da sua religião, ou mesmo da falta desta: “Assim, todos caminham rumo a um mesmo destino, tanto o justo quanto o ímpio, o bom e o mau, o puro e o impuro, o que consagra sacrifícios e louvores e o que não os oferece. O que acontece com o homem bom, ocorre também ao pecador; e o que faz juramentos passa pelas mesmas circunstâncias que aquele que evita jurar”. Portanto, assuntos complexos assim devem ser tratado com toda humanidade, serenidade e empatia, não podendo ficar presos à tradições religiosas quaisquer.     

Posto isto, afirmo que esse mal é um problema (urgente) de saúde pública e, infelizmente, não recebe a atenção devida, muitas vezes por causa dos tabus e da desinformação social. Para ajudar a identificar e combater essa grave e silenciosa doença, especialistas costumam elaborar uma lista com alertas sobre o comportamento suicida, os quais descrevo abaixo:

Falas de alerta: Existe um mito de que pessoas que falam em suicídio só o fazem para chamar a atenção e não pretendem, de fato, terminar com suas vidas. Isso não é verdade, falar sobre isso pode ser um pedido de ajuda. Algumas das frases mais comuns usadas por um possível suicida é “não aguento mais”, “eu queria sumir” e “eu quero morrer”. Então, se você ouvir um parente ou amigo falando algo do tipo, redobre a atenção e procure ajuda especializada.

Mudanças repentinas: Algumas mudanças podem ser traumáticas quando não estamos preparados para elas. Uma pessoa fragilizada por uma depressão ou outro problema psíquico dificilmente terá condições de encarar uma mudança inesperada como perder um emprego que considerava muito importante, por exemplo. Alguém tinha um hobby e abandona tudo, ou era super vaidoso e fica desinteressado. Fique atento em mudanças de comportamentos repentinos, pois são nesses momentos em que a gente deve se aproximar da pessoa para saber o que está acontecendo e oferecer ajuda.

Depressão, drogas e alcoolismo: Como vimos, para cada suicídio há entre 10 e 20 tentativas, e esse grupo de “quase suicidas” está muito mais vulnerável. Uma tentativa de suicídio é o maior indicador de uma nova tentativa. Pesquisas apontam ainda, que quase 100% das pessoas que se suicidaram enfrentavam algum problema mental (na maioria dos casos, depressão) e/ou problemas com vícios diversos. Portanto, quem está sofrendo de depressão ou outro transtorno, além é claro de envolvimento com vícios diversos, deve receber maior atenção; 

Adolescência X ‘Aborrescência’: As taxas de suicídio dos jovens brasileiros aumentou mais de 30% nos últimos 10 anos, segundo as estatísticas. Muitas vezes, porém, o comportamento errático atribuído como típico do adolescente pode ser um sinal de intenção de suicídio. Existe uma falsa ideia de que a depressão atinge só pessoas adultas. O adolescente também apresenta tais sintomas. Ou ele vai se trancar no quarto, ou não vai falar com ninguém e, perigosamente, isso pode ser entendido como fenômeno da adolescência normal. O que pode estar acontecendo, no entanto, é que ele não consegue expressar seu sofrimento de uma forma clara. Portanto, fique alerta, pois isso pode eclodir num ato suicida.

Baixa autoestima: Já foi dito que a depressão severa continua sendo a maior causa de suicídio. Por isso, é preciso ficar atento quando a pessoa demonstra zero interesse na vida ou nos outros. Para o deprimido, o mundo deixa de ser colorido, é preto e branco. Ele tem baixa autoestima, desinteresse por todos e fica muito voltado para ele mesmo.

Alerta final: A simulação de melhora é comum em diversos casos de suicídio. Então, se uma pessoa que normalmente é deprimida parecer subitamente alegre, é importante acompanhá-la para garantir que ela não tentará o suicídio.

Por fim, tentarei responder a recorrente indagação: “como posso ajudar?” Segundo especialistas, o ideal é conversar sabiamente com a pessoa, jamais a culpando ou julgando-a por esse mal e procurando não deixá-la sozinha. Ao conversar, procure não falar muito e ouvir mais, já que muitas vezes a pessoa só precisa ser ouvida. Sempre a aconselhe procurar ajuda especializada (psicólogo, psiquiatra, médicos) e, se possível, acompanhe-a a um desses profissionais de saúde e peça orientação. Outra medida é retirar o acesso de ferramentas potencialmente destrutivas dentro de casa - como arma, remédios e substâncias tóxicas - para evitar o uso delas em um impulso. Além é claro, se for religioso, conforte-a com palavras, atitudes e orações de amor e esperança. 


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Carlos Oliveira
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