Embora a ciência já nos advertira, há anos, que os opostos se atrai, muitos de nós ficamos perplexos com a ‘atração’ ocorrida nessa semana no campo político brasileiro protagonizada pelo PT e PSDB. Explico! A primeira turma do STF, na tarde desta terça-feira 27/09, julgou o segundo pedido de prisão e afastamento do senador da república Aecio Neves feito pela PGR. O resultado (inesperado pelas recentes experiências) resultou no afastamento do parlamentar e parece ter produzido um “milagre fenomenal”, ou pelos menos elevou ao infinito a abrangência da referida lei de Isaac Newton.
É patente e épica a rivalidade e a polarização política travada pelas duas maiores legendas do Brasil. Nas últimas décadas, estas fizeram uma verdadeira ‘dança das cadeiras’ no Planalto, no Congresso Federal, nas Assembleias Estaduais e nas Câmaras Municipais de todo o país. A repulsa até então existente entre elas é tão grande que, como ‘praga’, se alastrou, impondo-se para além das questões políticas criando, por assim dizer, duas novas classes de eleitores e raças no Brasil (petralhas e coxinhas).
Quem, em seus piores ou melhores sonhos, pensou em unir PSDB e PT. Pensar na paz entre esses extremos seria o mesmo que pacificar: fla x Flu, Católicos x Protestantes, Ocidente x Oriente, Donald Trump x Kim Jong-um, sagrado x profano... Mas, como cantou Nenato Russo em Via Láctea “Quando tudo está perdido. Sempre existe um caminho. Quando tudo está perdido. Sempre existe uma luz”. O que bem se pode traduzir assim: ‘tudo perdido’ fim dos Royalties pelas indicações do judiciário, dos cartéis de empreiteiras, das emendas e PEC,s aprovadas...’Sempre existe um caminho”, isto é: unificar os discursos e atacar o juiz para garantir a “democracia e o estado de direito”...
Essa forma de fazer política é bem representada pelo célebre provérbio árabe “O inimigo do meu inimigo é meu amigo”. Traduzindo: “Meu maior inimigo é a “Lava-Jato, e se Aecio é inimigo desta, logo somos amigos”, lamentável. É o jeitinho brasileiro de fazer política, em que os princípios e as filosofias que orientam as legendas geralmente são relegados por acordos escusos, que visam fugir das garras da justiça”.
Só nos resta esperar e torcer para que esse ‘amor’ que os uniu, cesse também as ofensas dos seus fanáticos ‘torcedores’.
Por Carlos Oliveira: professor de Ensino Religioso na rede estadual de Minas, licenciado em Filosofia, graduado em Teologia, pós-graduado em política e Ciências da Religião.
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