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Quem é a médica presa por sequestrar bebê?

Claudia Soares Alves é neurologista, mas teria se passado por pediatra

Por: Ana Karla Neto Souza
26/07/2024 às 18h32
Quem é a médica presa por sequestrar bebê?
Foto: reproduçao

A médica neurologista Claudia Soares Alves, 42 anos, é apontada pela Polícia Civil de Minas Gerais como responsável por sequestrar uma bebê recém-nascida em Uberlândia (MG). A menina foi raptada na última terça-feira (23) no Hospital das Clínicas de Uberlândia e encontrada no dia seguinte em Itumbiara (GO). A distância entre as duas cidades é de quase 135 quilômetros. Na quinta-feira (25), a Justiça determinou que Cláudia continue presa. A criança já foi devolvida à família. O reencontro aconteceu na tarde de ontem. Segundo a defesa da presa, ela queria ser mãe e estava realizando procedimento de inseminação artificial. Cláudia se passou por pediatra para acessar o quarto onde estava a família da bebê. Ela teria afirmado que levaria a criança a um quarto ao lado para auxiliar na amamentação. Diante da demora, o pai da menina perguntou a uma enfermeira onde estava sua filha. A funcionária teria dito que nenhuma médica ou enfermeira da unidade teria pegado a criança, gerando o alerta de desaparecimento. A suspeita foi nesta quarta e estava com a bebê. A polícia informa que encontrou roupinhas da criança, sapatos e duas bolsas no carro da médica. Cláudia Soares Alves é médica e teve o primeiro registro no Conselho Federal de Medicina (CFM) homologado em novembro de 2004. Segundo o órgão, ela tem especialidades em neurologia e clínica médica. Portanto, diferentemente do que teria informado, ela não é pediatra.

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O currículo Lattes da suspeita informa que ela se formou em medicina em 2004 pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, atual Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). A instituição confirma a informação e lamenta o ocorrido (veja nota abaixo). Ainda segundo o currículo Lattes, Cláudia concluiu em 2011 a especialização em neurologia. Em 2023, finalizou o doutorado em medicina e ciências da saúde.

A partir de 2019, Cláudia foi professora nos cursos de enfermagem e medicina na Universidade Estadual de Goiás, no campus Itumbiara. A instituição informa que a docente pediu exoneração no início deste mês e que “após concluídos todos os trâmites processuais, não fará mais parte do quadro docente da universidade”. Em abril deste ano, foi publicada no Diário Oficial da União a nomeação de Cláudia como docente na Faculdade de Medicina de Umuarama, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

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Ela será submetida a um processo administrativo interno que poderá resultar em sua demissão. Além das aulas, a profissional trabalhava em uma clínica particular em Itumbiara. Nas redes sociais, Claudia tinha um perfil com mais de 10 mil seguidores e que estava ativo desde 2019. A médica posta conteúdos frequentes a respeito de questões relacionadas à neurologia, como enxaqueca, acidente vascular cerebral (AVC), distúrbios do movimento, esclerose múltipla e Alzheimer.

O perfil foi retirado do ar após a repercussão do caso. A Polícia Civil de Minas Gerais informa que a presa não possui antecedentes criminais.

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