A força-tarefa composta pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Polícia Civil, Secretaria de Estado de Fazenda e Advocacia-Geral do Estado realizou nesta quinta-feira, 4 de julho, a Operação Papel de Família, com foco no combate à sonegação fiscal na cidade de Juiz de Fora, na Zona da Mata.
Foram cumpridos pela Polícia Civil nove mandados de busca e apreensão em três indústrias de papéis, escritórios de contabilidade e residências nas cidades de Juiz de Fora e Sapucaia. Todo o material recolhido fará parte das investigações. Na ação, foram apreendidos em espécie R$10 mil , 12 mil euros, 10 mil dolares.
Segundo as investigações, as indústrias seriam todas pertencentes ao mesmo grupo empresarial derivado da antiga fábrica Paraibuna de Papéis, que teriam, ao longo de mais de 20 anos, praticado diversas fraudes fiscais que geraram uma dívida de cerca de R$300 milhões com o Estado de Minas Gerais, por sonegação de ICMS. O grupo também teria uma dívida de cerca de R$500 milhões com a União, por sonegação de tributos.
A fraude mais recente foi descoberta por auditores fiscais da Superintendência Regional da Fazenda de Juiz de Fora, que autuaram a empresa investigada por fornecer, durante anos, sem nota fiscal, energia elétrica e gás natural para outra empresa do mesmo grupo.
Conforme apurado, apesar das enormes dívidas com o Estado de Minas Gerais e a União, o patrimônio individual da família do principal dono do negócio teria aumentado bastante nos últimos anos, com a aquisição de diversos imóveis na cidade de Juiz de Fora, inclusive com a construção de um shopping na zona norte. A suspeita é de que os sócios tenham desviado os recursos financeiros obtidos com a sonegação para a aquisição de imóveis e construção do shopping, o que caracterizaria o crime de lavagem de dinheiro.
O MPMG pediu a prisão de dois empresários e de um contador, mas a Justiça negou o pedido, sob a alegação de que se tratava de empresários conhecidos na cidade e que não colocavam em risco a ordem pública.
Em caso de condenação, os investigados poderão ser condenados a penas de até 15 anos de prisão.
O promotor de Justiça Fábio Nazareth falou sobre as investigações e a ação desta quinta: