Do G1 Triângulo Mineiro
Um bebê de apenas 14 dias teve os dois pés queimados, em Serra do Salitre, no Alto Paranaíba. Segundo a mãe da vítima, as queimaduras foram provocadas por um acidente dentro de uma unidade do Programa de Saúde da Família (PSF), quando as enfermeiras faziam o Teste do Pezinho na criança.
De acordo com a mãe e familiares do menino, duas enfermeiras aqueceram um tecido com ferro de passar roupa e colocaram no pé do recém-nascido. O objetivo era facilitar a retirada do sangue para a realização do exame. “A primeira enfermeira estava fazendo isso e não houve nada. A outra chegou, a primeira foi até a sala para buscar uma luva para recolher o sangue. Ela tirou o ferro de cima do pano e colocou o pano em cima do pé. Elas não nos mostraram a bolha no pé. Fizeram o curativo, colocaram a meia e não nos mandaram retirar. Quando chegamos no Conselho Tutelar, o policial tirou a meia e aí que fomos ver que o outro pé também estava queimado”, disse Dona Eliana, avó da criança.
A mãe do bebê, Aline Cristina de Souza, lamentou a situação. “Porque ela não me chamou e mostrou o erro? Ela quis acobertar o erro. Ela devia ter me chamado e mostrado, pois sabia que de um jeito ou de outro iria dar problema. Me chamasse e dissesse, foi uma fatalidade. Mas, não, ela não me mostrou.”
A família do bebê informou, ainda, que o procedimento de esquentar o pano e colocar nos pés das crianças, na hora do teste, era feito com frequência na Unidade.
O Conselho Tutelar está acompanhando o caso e confirmou que a criança foi queimada durante o exame. “Através das eventualidades do que presenciamos a criança foi vitimada no Posto de Saúde em decorrência do Teste do Pezinho”, afirmou o conselheiro Geraldo Giovani França Junior.
Segundo a secretária de Saúde do município, Aline Aparecida Gonçalves, esse tipo de procedimento era usado antigamente e atualmente não é mais permitido. Ainda, segundo a secretaria, as duas profissionais foram afastadas do cargo e, por isso, o PSF está temporariamente sem enfermeira. “Esse procedimento não pode ser realizado e já tomamos providências. Elas foram afastadas e eu estou acompanhando a questão da criança, que é mais do que uma obrigação. Vamos apurar o caso para que a justiça seja feita”, concluiu.