Como uma das iniciativas em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, o Instituto Brasília Ambiental lançou, na última sexta-feira o cartaz “Anfíbios do Cerrado”. A publicação faz parte da Coleção “Eu Amo o Cerrado” e foi produzido a partir de fotos do biólogo e diretor técnico do museu, Bruno Alessandro Augusto Correa.
O cartaz mostra 24 espécies e está inserido no programa Eu Amo o Cerrado, que tem como tema inspirador três frases: Conhecer para Preservar; Cuida, quem Ama; e Ama, quem Conhece.
O Cerrado, onde Paracatu está inserida, é o segundo maior bioma em diversidade, e é muito próximo à Mata Atlântica, que ocupa a primeira posição. Além de, neste quesito, estar à frente da Amazônia e do Pantanal. A publicação quer chamar atenção para o cuidado com esse bioma porque ele é considerado um hot spot, denominação usada para biomas com muita diversidade, porém sob grande ameaça.
Bruno Corrêa conta que os anfíbios ou anuros, como também são chamados, são indicadores da qualidade do ambiente, justamente por estarem ligados ao meio aquático. “Eles dependem desse ambiente desde sua fase larval, como girinos, até a fase adulta para fazer a reprodução, se alimentar, fazer controle hídrico e controle térmico. Se o ambiente tem má qualidade ambiental, há uma redução da quantidade de anfíbios, justamente porque eles precisam de um ambiente estável e de qualidade para viverem”, explica.
O biólogo destaca ainda que os anfíbios realizam papel importante de controle dos invertebrados dentro dos ecossistemas. “Cada vez que se mata um sapo pode se estar contribuindo para o aumento da população de mosquitos Aedes Aegypti, por exemplo, ou escorpiões”, exemplifica.
No Cerrado existem mais de 200 espécies de anfíbios. O destaque no Cartaz é uma foto emblemática da Boana Buritis, uma perereca de pijama. Atualmente essa espécie só existe em três locais: em Paracatu (MG), Buritis (MG) de onde recebeu o nome, e em Brasília, na Fazenda Águas Limpas.
O biólogo ressalta que os anfíbios do Cerrado não apresentam risco para a saúde humana, ao contrário dos seus primos da Amazônia. Mas não aconselha que as pessoas manipulem os animais, porque isso causa um estresse muito grande para eles. Enfatiza ainda que os anfíbios têm uma diversidade de cores e formas e modos de vida incríveis, e que a fotografia é uma maneira de mostrar a beleza e a importância desses animais.
Paracatu tem guardado verdadeiras preciosidades em sua natureza. Em Fevereiro, o biólogo Guilherme Alves Serpa anunciou ao mundo que havia conseguido um registro raro da ave Bacurau-do-são-francisco. Com apenas 19 centímetros, a ave rara é crepuscular, muito arisca e hábil em voo. Antes de ser fotografada em uma fazenda em Paracatu, só existia uma imagem conhecida do bicho pousado no Wikiaves”.