Passados cerca de dois anos da maior crise hídrica já registrada na cidade de Paracatu, a população novamente começa a sentir os efeitos de uma possível falta de água novamente em 2019.
A companhia de saneamento de Minas Gerais (Copasa) chegou a emitir nota, garantindo que não havia alteração que indicava a possibilidade de crise hídrica em Paracatu este ano, comparando a vazão da captação no ribeirão Santa Isabel nos meses de julho a setembro de 2017, ano em que foi registrada a escassez hídrica no município, com a vazão registrada no mês de setembro de 2019,
A Copasa ainda disse, que são captados 144 litros de água por segundo do ribeirão Santa Isabel, para abastecimento da cidade de Paracatu, conforme outorga do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) e que para garantir o fornecimento de água à população da cidade, que consome mensalmente cerca de 270 milhões de litros, a Companhia ainda capta, em paralelo, um total de 63 litros por segundo de água em 12 poços profundos.
Falta de água
Segundo relatos de especialistas e moradores de vários bairros da cidade, a real situação da cidade não está sob controle, como afirma a companhia. A falta de água constante está preocupando a população.
O que chama atenção é que no mês de Julho de 2017, a Copasa chegou a realizar campanhas para economia de água na cidade, o que não aconteceu este ano. A Copasa também não anunciou um plano emergencial de rodízio como foi adotado no ano da crise.
Crise de 2017
O período de estiagem causou grande redução do volume de água do Santa Isabel e mesmo com o rodizio adotado pela companhia na tentativa de amenizar a falta de água, bairros em regiões altas e mais distantes ficaram dias com o abastecimento de água comprometido, sendo atendidos por caminhões-pipas, que mesmo assim não conseguiram atender a grande demanda dos moradores.
Nível de captação baixo
A principal fonte de captação de água em Paracatu é o Santa Isabel, o qual pode estar comprometido devido uma baixa no nível de água do ribeirão.
A Estação de monitoramento da Agência Nacional de águas (ANA) que monitora o nível da água que corre no rio Santa Isabel, tem apresentando oscilações no ponto de captação, com nível mínimo que chegaram a 140cm, menor nível registrado no mês. O nível do ribeirão está muito oscilante levando a picos de redução e isso é preocupante.
Segundo a Copasa, constantemente realiza obras de melhoria no sistema de abastecimento de água em Paracatu e que no momento, a empresa está executando as obras de setorização do sistema. Com investimento da ordem de R$ 8 milhões, as obras estão previstas para serem concluídas até dezembro de 2019.
O empreendimento compreende a instalação de registros em pontos estratégicos da malha de distribuição de água, além da instalação de reservatórios e estruturas responsáveis pelo transporte da água, como redes, adutoras e elevatórias.
Ainda para 2019, também está prevista a emissão da ordem de serviço para a implantação do reservatório estratégico de acumulação de água bruta, com capacidade de armazenar aproximadamente 800 mil metros cúbicos. A estrutura, que demandará um investimento de mais de R$ 5 milhões, irá armazenar água proveniente do ribeirão Santa Isabel, que será utilizada no abastecimento da cidade, durante o período de estiagem.
Para garantir o fornecimento de água em Paracatu, a Companhia ainda prevê medidas de médio e longo prazo, como a implantação de uma nova captação no ribeirão Escurinho.
Comparativo 2017 ano da crise, com o ano de 2019
O portal Paracatunews fez um comparativo do ano de 2017 e observou que a crise hídrica iniciou em meados de agosto de 2017, se agravando nos meses de setembro e outubro. A crise só teve fim no final de outubro, quando começou a chover na cidade.
O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) publicou nesta terça-feira, 17 de setembro, por meio da Portaria n° 44, declaração de situação crítica de escassez hídrica superficial nas porções hidrográficas localizadas à montante da estação fluviométrica Santa Izabel, no ribeirão Santa Isabel e sua bacia de contribuição. As restrições são aplicadas aos usuários que possuam outorga vigente para captação de água superficial e terão duração até o dia 15 de novembro de 2019.