O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e a Polícia Rodoviária Federal deflagraram nesta quarta-feira, 31 de outubro, operação conjunta para o cumprimento de 22 mandados de prisão preventiva e 22 mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara de Tóxicos de Belo Horizonte.
O objetivo é desarticular um esquema de tráfico interestadual de drogas operado desde o Mato Grosso do Sul e São Paulo até Minas Gerais, onde os entorpecentes eram distribuídos na capital, na região metropolitana e em diferentes cidades do interior mineiro. As investigações duraram 10 meses.
Os mandados estão sendo cumpridos por dezenas de equipes da PCMG e dos Gaecos de Minas Gerias e de São Paulo. São 11 mandados de prisão em Sete Lagoas, um em Lagoa Santa, um em Pedro Leopoldo, um em Sertãozinho, município do interior de São Paulo, e cinco em estabelecimentos prisionais mineiros onde já estão recolhidos alguns dos investigados.
Já em relação aos mandados de busca e apreensão, são 16 em Sete Lagoas, um em Lagoa Santa, um em Pedro Leopoldo, um em Coronel Fabriciano, um em Sertãozinho e um em Santana do Pirapama.
O esquema
Segundo o Gaeco, o esquema era liderado pelo traficante F.S.R., que contava com auxílio de vários criminosos para viabilizar a prática delitiva em razão da extensa área de atuação do grupo, estruturado hierarquicamente e com divisão de tarefas.
Conforme levantamentos realizados, F.S.R. atuava há vários anos em Minas Gerais, a partir da cidade de Lagoa Santa, onde chegou a ser investigado em diversas operações policiais entre 2012 e 2017. No entanto, à época, não houve elemento suficiente para responsabilizá-lo criminalmente, possivelmente em razão do seu peculiar e aprimorado modo de atuação.
No curso das investigações, houve a prisão de alguns dos envolvidos e apreensão de grande quantidade de drogas que era movimentada pela associação criminosa – aproximadamente 130 Kg cocaína na forma de pasta base e crack, além de 250 Kg de maconha.
Vídeos e fotos produzidos pelos próprios integrantes do grupo criminoso e que agora estão com o Gaeco demonstram a forma de atuação da organização. Os entorpecentes eram enterrados dentro de tambores em locais de difícil acesso e improvável localização pela polícia. As imagens revelam também que os entorpecentes recebidos eram preparados em um laboratório improvisado para posterior distribuição.