A polêmica sobre a operação 'Deuteronômio' deflagrada pelo Ministério público de Minas Gerais (MPMG), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), para apurar fraude à licitação da Câmara Municipal de Paracatu, foi destacada pelo Vereador Pedro Adjunto (PHS) durante o uso da tribuna nesta segunda-feira (29) na Casa Legislativa.
O vereador começou a falar sobre o que levou a deflagração da operação e afirmou que a denúncia de indícios de irregularidades cometidos pelo o presidente da Câmara, teria partido dele e de alguns servidores da casa legislativa.
O parlamentar ainda falou sobre indícios de desvio de funções de alguns assessores e estagiários da Câmara, indícios de irregularidades nas obras do açude e fraude na licitação para serviços de comunicação e publicidade entre a câmara e uma agência de publicidade.
Segundo o parlamentar, teria indícios de direcionamento para uma empresa onde os sócios proprietários são advogados do presidente e de vereadores de um processo da legislatura passada e supostamente sócio do vereador em algumas atividades. - Afirmou Pedro
Ao me deparar com tudo isso, me senti na obrigação de cumprir o meu dever de fazer a denúncia, e ser a voz das pessoas de bem da cidade. – Disse Pedro.
O vereador ainda relatou que recebeu recados em tom ameaçador, quando investigados souberam das denúncias, “Estão sabendo que Pedro vai soltar algo no final da campanha, se ele fizer isso, nos vamos acabar com ele”. Contou o parlamentar.
Durante o uso da tribuna, Pedro falou ainda que a Câmara deve uma resposta para o povo de Paracatu, e defendeu uma investigação interna por meio de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para ser investigado pela Casa, inicialmente, o contrato de publicidade da agência. Pedro sugeriu que os colegas parlamentares assinassem o pedido de CPI e entregou para cada vereador.
O pedido de CPI proposto por Pedro chegou como uma bomba aos colegas vereadores que receberam como surpresa o requerimento, e não quiseram assinar de imediato o pedido. Alguns parlamentares alegaram que não foram comunicados pelo vereador sobre a abertura da CPI, e que era preciso ser bem analisado o pedido antes de ser assinado.
Outros vereadores ressaltaram que não veem problemas em assinar o pedido, mas que não poderiam tomar uma decisão sobre pressão, sem antes analisar a CPI. Parlamentares ainda frisaram que o Gaeco já estava investigando o contrato da agência, não sendo necessário naquele momento uma abertura de CPI pela Câmara.
Mesmo diante da forte pressão sofrida na reunião desta segunda-feira, o presidente da Casa, Ragos Oliveira, procurou não tocar no assunto e preferiu o silêncio; e no termino da reunião, preferiu não falar sobre ocorrido com a imprensa.