Saúde Saúde
Centro de Respostas Rápidas revoluciona o diagnóstico em casos de Infecção Respiratória Grave em crianças
Hospital Infantil João Paulo II reduz tempo de liberação de exames e melhora o atendimento a pacientes críticos
24/03/2025 21h15
Por: Da Redação Fonte: Secom Minas Gerais

A eficiência no diagnóstico de infecções respiratórias é determinante para o sucesso do tratamento e a sobrevida de pacientes em estado crítico. Com essa premissa, foi implementado o Centro de Respostas Rápidas para Vírus Respiratórios no Hospital Infantil João Paulo II, uma iniciativa inovadora que reduziu drasticamente o tempo de liberação dos resultados laboratoriais.

Essa abordagem impactou diretamente no manejo clínico e os desfechos hospitalares de crianças internadas em terapia intensiva, otimizando tanto o atendimento quanto a alocação de recursos. 

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O projeto foi organizado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios da  Fundação Ezequiel Dias (Funed) , em parceria com a  Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) . Entre agosto de 2021 e agosto de 2024, foram analisadas 4.095 amostras de crianças com quadro de infecção respiratória aguda grave, por meio de um painel de RT-qPCR abrangendo 16 vírus respiratórios, incluindo SARS-CoV-2, influenza e vírus sincicial respiratório com identificação do agente etiológico em 85% (n = 3.459) dos casos encaminhados à Funed.

De acordo com a referência técnica em Vigilância de Vírus Respiratórios da Funed, André Felipe Leal Bernardes, o tempo médio de liberação dos exames sofreu redução expressiva. “Passando de 5,54 dias em 2021 para apenas 1,15 dias em 2024, ano em que o projeto foi implementado”, analisa.

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Segundo a coordenadora médica das UTI Pediátricas do CHU (Complexo de Urgência e Emergência do Hospital Infantil João Paulo II/), Verônica Ferreira Cury, a disponibilidade do painel tem impactado positivamente na rotina clínica na UTI.

“O resultado precoce permite que realizemos o adequado isolamento das crianças que necessitam desse procedimento, reduzindo o risco de transmissão intra-hospitalar e o início de tratamento precoce nos casos em que há indicação de tratamento, como ocorrências de infecção pelo vírus Influenza por exemplo”, explica.

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“Isso ajuda especialmente na UTI, que atende os pacientes mais graves, otimizando o uso de antibióticos de forma mais racional e criteriosa, além de corroborar para a suspensão de antibióticos que não sejam necessários”, explica.

Ainda de acordo com André Felipe Leal Bernardes, a agilidade no diagnóstico possibilitou intervenções clínicas mais precisas, com impacto direto na gestão hospitalar. De modo que a rápida identificação do agente causador permitiu a adoção de terapias direcionadas e de medidas de controle de infecção, reduzindo o risco de surtos intra-hospitalares.

“Além disso, a melhoria na previsibilidade epidemiológica contribuiu para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes no enfrentamento das infecções respiratórias”, observa.

O êxito desse modelo levou à sua expansão para outras unidades da rede Fhemig, incluindo o Hospital Eduardo de Menezes, consolidando a importância da agilidade diagnóstica na saúde pública.

“A experiência do Hospital Infantil João Paulo II evidencia que investimentos em infraestrutura laboratorial, capacitação de recursos humanos e tecnologia de ponta são essenciais para o enfrentamento de surtos e desafios emergentes. Projetos como o Centro de Respostas Rápidas são fundamentais para otimizar o atendimento em unidades de terapia intensiva, garantindo diagnósticos ágeis e intervenções oportunas que, sobretudo, salvam vidas”, ressalta André Felipe.