Minas Gerais Pai mata filho
“Preciso encontrar ele, seja vivo ou morto, para conseguir ter paz”, desabafa mulher sobre ex-marido procurado por matar filho em Itamarandiba
Ele disse que me amava, e essa foi a última vez que consegui falar com meu filho“, recorda Simone, com a voz embargada.
20/03/2025 09h20
Por: Flavia Moreira
Reprodução Internet

A frase de Simone Rodrigues dos Santos revela toda a angústia que ela sente diante das buscas intensas pelo seu ex-marido, Geraldo Aparecido, acusado de matar o próprio filho, Gabriel, de apenas 9 anos. O crime foi confessado por ele em áudios enviados a familiares.

Desde o ocorrido, equipes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e moradores locais têm se empenhado para localizar Geraldo. Em seus relatos aos parentes, ele afirmou que cometeu o crime como uma forma de vingança por não aceitar o fim do relacionamento.

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Um boletim de ocorrência registrado por Simone em 26 de fevereiro detalha que o ex-marido visitou sua residência, onde Gabriel também se encontrava, e convenceu o menino a retornar com ele para Várzea de Santo Antônio, em Itamarandiba. Simone lembra que Gabriel, afetuoso com o pai, aceitou ir embora, mas nunca imaginou o desfecho trágico.

“Ele foi buscar meu filho e o Gabriel queria ir, porque gostava dele. Mas matou meu menininho para se vingar de mim. O que ele fez é imperdoável, eu quero justiça. Preciso encontrá-lo, vivo ou morto, para poder ter paz na minha vida", desabafou Simone, emocionada.

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Ao longo de 27 anos de casamento, Simone revela que foi vítima de diversas agressões, embora rememore que no início do relacionamento, o comportamento de Geraldo era diferente.

A busca por Geraldo teve início no dia 14 de março, quando uma conselheira tutelar procurou a Polícia Militar em Itamarandiba. Ela informou que o suspeito havia enviado um áudio aos familiares, no qual confessava o assassinato do filho e anunciava que também se mataria em seguida. Na mensagem, ele indicava que estava em uma área conhecida como chapada, no povoado de Várzea de Santo Antônio.

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"É uma região com cavernas, vegetação densa e carvoeiras. Ele conhece bem o local, mas as buscas não vão parar até que o encontremos", afirmou o tenente Cássio Tameirão, da Polícia Militar, sobre a área de buscas.

Uma moradora revelou aos policiais que havia recebido pai e filho em sua propriedade rural no dia 13 de março. Ela forneceu alimentos para eles antes que ambos seguissem viagem. Nesse mesmo dia, Simone teve o último contato com Gabriel.

“Falei com ele pelo telefone, mas o pai não deixou o Gabriel falar muito. Ele disse que me amava, e essa foi a última vez que consegui falar com meu filho", recorda Simone, com a voz embargada.

O corpo de Gabriel foi encontrado no dia 15 de março, envolto em um cobertor, em uma área de mata. Perto do corpo, havia uma munição deflagrada e outra intacta. Conforme o áudio enviado por Geraldo, os policiais encontraram também outro cobertor com marcas de sangue em uma árvore, que indicava o local onde o menino estava.