Saúde Saúde
Pacientes de ambulatório da Hemominas recebem cartões para auxiliar os atendimentos transfusionais
O FenotCard traz os dados sobre a constituição genética da pessoa com Doença Falciforme (DF)
10/02/2025 12h05
Por: Da Redação Fonte: Secom Minas Gerais

A Fundação Hemominas apresentou, na última sexta-feira (7/2), o Fenotcard, um cartão que será entregue a cerca de 1.400 pacientes com Doença Falciforme (DF) participantes do projeto REDS-IV-P (Retrovirus Epidemiology Donor Study). O evento contou com profissionais de hemoterapia e hematologia e pacientes da Fundação Hemominas. 

O FenotCard contém a fenotipagem eritrocitária de cada paciente, ou seja, traz os dados sobre a constituição genética da pessoa com DF, bem como as características que impactam na transfusão sanguínea.

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Adair Gomez

Assim, o cartão facilita a conduta dos profissionais de saúde durante os procedimentos transfusionais, pois possibilita a escolha do sangue mais compatível com o paciente, evitando a transfusão de bolsa de sangue incompatível, o que pode ocasionar reações adversas.

Na abertura do evento, a presidente da Hemominas, Júnia Cioffi, falou da importância de os pacientes terem o cartão em mãos quando precisarem de um atendimento transfusional. Segundo Júnia, a intenção é ampliar a confecção dos cartões a todos os pacientes.

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Alguns pacientes foram convidados para receber os primeiros cartões FenotCard. Maurílio da Conceição, 44 anos, que já faz tratamento no Hemocentro há 37 anos, foi um dos primeiros a receber o cartão. “Isso é uma grande conquista. Fico agradecido e feliz porque o reconhecimento da doença falciforme está aumentando a cada dia”. 

O coordenador do Cetebio e pesquisador do REDS, André Belisário, destacou a importância da pesquisa. “Me sinto privilegiado em poder entregar algo palpável à população, fruto de um trabalho de pesquisa’, enfatizou.

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“Não adianta fazer pesquisa em laboratório para ficar no papel. É preciso retornar o resultado do conhecimento adquirido em prol da população”, destacou a diretora de Relações Externas e Intercâmbios da Fundação Pró-Sangue e investigadora do programa REDS, Carla Luana Dinardo

A pesquisadora ressaltou que foi percebendo a dificuldade de acolhimento e escuta dos pacientes falciformes por parte dos profissionais de saúde, que surgiu o Projeto Dandara. “O Dandara é um complemento, uma forma de educar e explicar ao paciente sobre a sua condição, seus direitos e sobre o racismo”.

A presidente da Associação de Pessoas com Doença Falciforme de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Dreminas), Maria Zenó Soares da Silva, lembrou que 95% das pessoas com DF são negros e negras e comemorou a parceria bem consolidada com a Hemominas e a Secretaria de Estado de Saúde . “A Hemominas é nossa casa, um SUS que funciona. Aqui somos bem recebidos e acolhidos”.