A anual feira de ciências é conhecida como uma atividade pedagógica e cultural com elevado potencial motivador do ensino e da prática científica no ambiente escolar. Tanto para alunos e professores, quanto para a comunidade em geral, a atividade vem constituindo uma oportunidade de aprendizagem e de entendimento sobre as etapas de construção do conhecimento científico e já viraram tradição na rede escolar de todo o país. O objetivo último dela, é que, com essa iniciativa, professores e alunos possam se aproximar mais das atividades científicas no ambiente escolar, contribuindo decisivamente no desenvolvendo da autonomia intelectual e despertando a criatividade e a capacidade de construir novos conhecimento.
Em Paracatu, a feira de ciências aconteceu neste último sábado (28/10) em boa parte das escolas da cidade. No entanto, a mostra de ciências apresentada pelos alunos da E.E Antônio Carlos chamou à atenção. É que, além das tradicionais áreas do saber já exploradas anualmente, duas novidades foram apresentadas para enriquecer ainda mais o evento. A saber:
Empreendedorismo Juvenil: é um projeto idealizado em parceria com o SEBRAE - MG com o objetivo de suprir a lacuna deixada pela falta de profissionais capacitados no mercado de trabalho. O projeto é voltado para capacitar os jovens estudantes para o mercado do trabalho, com o foco no empreendedorismo. Os “jovens empreendedores” aprendem através de uma metodologia diferenciada e desde o início têm a oportunidade de colocar em prática seus conhecimentos teóricos. As atividades realizadas aguçam o raciocínio do jovem e sua gama de conhecimento a respeito do mundo é revista e ampliada. Eles, por assim dizer, aprendem a arte da inovação, da criatividade e de conceberem boas ideias. Os professores da escola (envolvidos no projeto) receberam do SEBRAE capacitação técnica com a missão de fazerem com que o jovem chegue ao final dos estudos com todas as informações necessárias para sua atuação profissional.
Os “alunos empreendedores” deixaram aflorar seus conhecimentos na feira e criaram diversas “empresas” do ramo alimentício. De tudo um pouco: bolo, pizza, petisco, doces, massas, sanduíches, sucos, salada de frutas, picolé, sorvetes, comida de boteco, chás, ervas, alimentos funcionais, farofa...tudo com uma pitada de criatividade: ora orgânicos, ora exóticos, ora sem glúten, etc. Quem participou, amou. A professora de língua portuguesa, Ana Paula Silva, disse que ficou encantada com tanta criatividade, organização, técnica, e claro, do sabor apetitoso das iguarias.
Outra novidade, não menos atrativa, foi a exposição “Ciências da Religião”. Segundo o professor de Ensino Religioso, Carlos Oliveira, que é um dos organizadores da mostra, o momento era oportuno para se abordar o tema: “Haja vista os recentes debates protagonizados no STF, Supremo Tribunal Federal, sobre a forma de abordagem dessa disciplina nas escolas públicas do país, achamos por bem abordá-la na feira de ciências para esclarecer à sociedade de que maneira a matéria é trabalhada em Minas”, pontuou.
Com o tema “as diferentes cosmovisões” - maneira subjetiva de ver e entender o mundo - além da tradicional teoria do Big Bang, foi apresentado um resumo das concepções religiosas mais influentes no Brasil. Os alunos que representaram as diferentes teses foram vestidos à caráter, isto é, com as respectivas indumentárias dos credos representados. “Fazendo jus ao subtema da exposição (o maior nível de educação, é a tolerância) foram apresentados os relatos criacionistas do judaísmo, islamismo, cristianismo, hinduísmo, afro-brasileiros, budistas e espírita, com o objetivo de promover o respeito à rica diversidade religiosa do nosso povo” afirmou o professor.
Ao entrar no espaço reservado para a exposição, os visitantes eram conduzidos a uma verdadeira viagem de conhecimento. Começando pela explanação da consagrada teoria da “grande explosão” e passando pelas interpretações religiosas, o passeio cultural terminava com um quiz educativo que testava o conhecimento obtido na mostra científica.
O aluno, Pablo Cristiano Oliveira Pereira, que cursa o ensino fundamental na escola, disse: “Achei muito importante essa apresentação porque explica melhor alguns princípios e valores das religiões e como elas entendem o mundo e a sociedade. Acho que coisas assim ajudam a vencer o preconceito religioso e promover o respeito ao próximo. Só nos resta parabenizar toda a equipe da escola Antônio Carlos por esta feira maravilhosa”, finalizou. Por: Cristina Almeida.