A cidade de Paracatu completou ontem 219 anos, entretanto, os paracatunses não tem muito que comemorar, devido a grande crise hídrica que castiga a população há quase dois meses. O município com pouco mais de 90 mil habitantes, está sofrendo com a falta de água que não chega às torneiras de moradores de vários bairros da cidade.
Paracatu vive hoje, situação de calamidade pública, escolas e creches do município estão cancelando s aulas por falta de água, caminhões pipas estão se dividindo para abastecer, hospital, postos de saúde, hemodiálise e outros órgãos públicos.
A grande crise hídrica
A crise hídrica foi anunciada pela Copasa no dia 1° de setembro, após períodos longos de falta de água em vários bairros da cidade, devido uma baixa vazão de água no ribeirão Santa Izabel, pela à escassez de água na região. Um rodízio emergencial foi divulgado semanalmente atingindo vários bairros da cidade, deixando moradores sem o abastecimento de água regular. A companhia iniciou um rodízio emergencial de água na cidade, porém, não está sendo à solução para que milhares de moradores fiquem sem água.
O período de estiagem causou uma grande redução do volume de água do Santa Izabel, principal manancial de abastecimento da cidade, e mesmo com o rodizio adotado pela companhia na tentativa de amenizar a falta de água, mesmo assim, bairros em regiões altas e mais distantes estão com o abastecimento de água comprometido, sendo atendidos por caminhões-pipa que não estão conseguindo atender a todos os moradores.
Durante uma coletiva de imprensa no dia (17/10) na sede da Copasa no bairro Amoreiras II, a gerente da Copasa Elenice Louback Bairros, falou da situação calamitosa que o município vive, e relatou que a companhia não esperava estar passando por esta grave crise hídrica. Segundo Elenice, o marco da crise hídrica foi no dia 14 de agosto deste ano, quando a cidade passou dez dias sem crise, normalizando abastecimento, chegando a companhia a suspender o rodízio de água na cidade. Elenice ressaltou que a suspensão do rodízio no dia 05 de outubro, só foi possível após chuvas que caíram na região. Entretanto, a crise voltou com força total, estamos vivendo uma crise secular, é a pior crise em 100 anos, disse Elenice.
De acordo Elenice, a Copasa no abastecimento normal atende 74 mil consumidores de 29.249 mil imóveis, nos precisamos de uma vasão de 202 litros por segundo, para atender está demanda, sendo 58 litros por segundo dos poços do Santana e 144 litros por segundo, do ribeirão Santa Izabel. Apenas 30 litros por segundo estava sendo capitado do ribeirão Santa Izabel e somando com os poços, atenderia apenas 40% da população. - Disse.
A cidade de Paracatu não tem um reservatório para estes períodos de seca, o que teria agravado ainda mais a situação do município. A gerente da Copasa afirmou que dos cincos poços que foram marcados e perfurados, apenas dois tiveram vazão de água considerável para capitação. Vale lembrara que estão sendo perfurados poços com até 300 metros de profundidade para ter uma vasão considerável.
Por causa da falta de água nas torneiras da população, a Copasa juntamente com a prefeitura municipal, está disponibilizando caminhões pipas na tentativa de amenizar o sofrimento da população. São caminhões pipas que vão de porta em porta para abastecer residências que estão sem o abastecimento de água.
Caminhões-Pipas
Os caminhões pipas porta a porta, estão rodando de 06 da manhã até às 22hs. O período de desabastecimento de água na cidade seria de até 48 horas apartir do dia 17/10, porém tem vários bairros que já estão a mais de 72 horas sem o abastecimento de água.
Moro no bairro Bom Pastor e na minha rua, água só está chegando do outro lado da rua, enquanto na minha casa, já tem quatro dias que não chega uma gota de água na minha torneira, como pode isso? questinou a moradora, Maria Helena.
Aqui na Rua alumínio no bairro Esplanada, o caminhão pipa da Copasa nunca esteve aqui, e nem desce, só vejo ele passando no bairro pra lá e pra cá e nada de água. Disse o Morador Valcir Araujo.
O portal tem acompanhando o abastecimento por meio dos caminhões pipa, bem com o rodízio e observou que é preciso um melhor planejamento no rodízio, e na distribuição dos caminhões pipas nos bairros que estão sem água. Caminhões pipas estão seguindo determinadas rotas de abastecimento, o que tem deixado alguns moradores do mesmo bairro sem água. Já o rodízio poderia ser uma solução se na prática estivesse funcionando.
A Copasa adotou a tarifa de consumo médio de 20% de desconto dos últimos 12 meses nas contas dos consumidores, na tentativa de amenizar os danos causados pela falta de água.
Atravessadores
A população deve ficar alerta quanto aos atravessadores/oportunistas, que estão fornecendo água em caminhões pipas não autorizados pela Copasa. São caminhões que não estão passando por uma rigorosa desinfectação e estão cobrando até R$ 40 de moradores para abastecer residências. Há um grande risco de contaminação receber água não tratada e de origem desconhecidas. Os caminhões autorizados tem a identificação da Copasa, prefeitura, ou empresas parceiras, que não podem cobrar para abastecer as residências.
A população pede por socorro e clama por chuva, pois é notório que a crise hídrica só poderá ter um fim, ou pelo menos amenizar-se, se cair chuva do céu. Entretanto, certo é, que se não pensar em um planejamento e realizar investimentos na capitação de água do município, o problema de escassez hídrica voltará com ainda mais força, trazendo tristeza e sofrimento para a população Paracatuense.
Paulo Sérgio/Paracatunews