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Família denúncia policial a Comissão de Direitos Humanos por espancamento, em Paracatu

A denúncia foi feita durante uso da tribuna na Câmara Municipal Legislativa na segunda-feira 04 de setembro

Paulo Sérgio
Por: Paulo Sérgio Fonte: Foto de Capa/créditos Janaína
10/09/2017 às 16h06
Família denúncia policial a Comissão de Direitos Humanos por espancamento, em Paracatu

Um homem fez graves denúncias contra ação de policiais militares durante um atendimento de uma ocorrência, na Rua B no bairro Alto da Colina, no dia 27 de Agosto, deste ano. A denúncia foi feita durante uso da tribuna na Câmara Municipal Legislativa na útima segunda-feira (04/09) em Paracatu.

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O trabalhador Felix Lopes, de 53 anos, narrou que no dia 27 de agosto, foi acionado os militares para que pudessem intervir em uma briga de seus dois filhos de 25 anos, e que após a chegada de uma viatura policial, a situação logo foi apaziguada, mas que em seguida  teriam chegado mais duas viaturas e que um policial destas viaturas, teria chegado ao local e com excesso de autoridade teria agredido sua família.

Segundo Felix, um policial militar chegou ao local muito exaltado e querendo que sua esposa Cristina, fosse testemunha da briga dos filhos, sendo que ela não sabia da situação e recusou ser testemunha, pois não havia presenciado a briga, momento que foi espancada e algemada enquanto outros policiais espancavam também um de seus filhos.  “Eu gritava pelo amor de Deus e pedia para que eles parassem e não matasse o meu filho”.  Disse. Estou decepcionado com a Polícia Militar, pois eu sempre via a polícia de outra forma, mas sei que nem todos os policiais são desta forma, pois tem muitos policiais bons.

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Ainda segundo Felix, os policiais ainda efetuaram disparos com tiros de elastômetros na sua perna e utilizaram bombas de gás lacrimogênio, atingindo até mesmo crianças que estavam no local, sem motivos para tanta violência, pois no local só tinha 8 mulheres três adultos e mais 4 crianças. - Disse. Felix ainda afirmou que durante a confecção do boletim de ocorrência, os militares teriam omitido o abuso de autoridade. O policial militar  ainda contava vantagem de ter espancando a minha família. - Afirmou Felix.

Com a voz embargada, e muito emocionado, Felix disse durante a tribuna que se sentia um lixo e que sentia vergonha de tudo o que estava acontecendo, pois é trabalhador e não merecia ter passado por uma situação dessa. "O bairro Alto da Colina é considerado favela, mas lá também tem trabalhador". Disse.

O vereador Batista (PHS) compartilhou a tribuna e disse que acompanhou a situação de Felix, e que em nenhum momento conseguiu um dialogo com os militares do porque estavam fazendo aquilo com a família de Félix, e que somente um policial militar disse que estava fazendo o seu serviço. O vereador ainda disse que está acompanhando o desenrolar deste caso e que estará ao lado da família para dar o suporte necessário e que este caso também será acompanhando pela comissão de direitos humanos

A comissão de Direitos Humanos, por meio do Vereador presidente Gilsão do Paracatuzinho (PRTB) também lamentou o ocorrido e se sensibilizou com à família e encaminhou um oficio ao 45bpm para pedir esclarecimentos, e  aguardava um protocolo da denuncia na câmara direcionada a comissão, para ser tomadas as providências cabíveis. É inadmissível que o responsável por manter a ordem e segurança da população tome ações nestas proporções, violando os direitos humanos. - Disse

O Presidente da comissão de segurança Pública, vereador Marcos Oliveira (PSDB) frisou a dor e o trauma da família e ressaltou que a Secretária de Segurança Pública já estava ciente do ocorrido, a qual também informou o comandante do 45bpm, o tenente coronel Michalink.

O vereador Pedro Ajunto (PHS) pediu para que Felix não ficasse decepcionado com a Polícia Militar, pois nem todos os militares eram desta forma, pois existem militares bons. “Mas nós não podemos deixar passar em branco um caso deste e vamos tomar providências de acordo com o que podemos fazer”.  - Disse

O portal teve acesso ao boletim de ocorrência que relata que os militares foram acionados pela sala de operações, por volta de 00h30min, por uma testemunha que disse que durante uma discussão entre os irmãos Alex dias Lopes e Airton Dias Lopes dos Reis, por causa do uso de uma camiseta pertencente a Alex, ambos se agrediram mutuamente com socos e pontapés  causando escoriações no rosto, nas costas e cotovelos e Airton  no rosto e ambos  os braços.

No boletim de ocorrência os militares ainda disseram que ao chegar ao local,  depararam com  Airton de posse de  uma garrafa  de vidro de aguardente, sendo que de imediato  foi dado voz de prisão, e que durante a prisão de Airton,  um outro irmão por nome Alan Dias Lopes dos Reis,  desferiu um soco na face do irmão Alex,  que caiu no chão, sendo  dado também voz de prisão para Alan. Segundo o boletim, desde a chegada dos militares, Alan se mostrava muito exaltado, contudo teria desobedecido as ordens legais e começou a resistir a prisão com socos  e pontapés contra os policiais militares, sendo necessário o uso de  técnicas de imobilização  e algemação e que mesmo detido, Alan desacatava e ameaçava  os policiais.

Após a prisão dos irmãos, teve inicio uma aglomeração de pessoas e familiares dos irmãos, que a todo o momento chingavam os militares de vagabundos e safados, tendo Naiara e Cristina tentado arrebatar o preso Alan, chegando agredir com socos  as costas de um soldado que conduzia Alan, até o compartimento da viatura.  Com ação destas duas mulheres e outras pessoas, inclusive Felix tentou arrebatar os presos e agredir os militares. Diante da situação, os militares temendo que a multidão pudesse se apoderar de objetos cortantes e contundentes que tinham no local, um Cabo da PM fez uso de uma granada de gás lacrimogênio na tentativa de dispersar a multidão, mas que mesmo assim, a multidão se aproximava dos militares, momento que o Cabo da PM obedecendo aos manuais técnicos de uso da força da PM, efetuou cinco disparos de munição de elastômetro contra  Felix, Cristina e Alan, sendo que só após esta ação teriam conseguido realizar a prisão deles, conseguindo restabelecer a ordem pública e garantir a integridade física das pessoas envolvidas na ação. No local, foram presos Alex, Alan, Airton, Cristina e Felix, que após terem sido conduzidos ao pronto socorro, também identificaram Naiara Dias, que também teria ofendido  e agredido militares, mas que não foi presa no local pois teria se retirado, segundo o Boletim.

O portal  Paracatunews, entrou em contato com a assessoria de comunicação do 45°BPM solictando uma nota, mas até o fechamento desta matéria não haviamos recebido. A fámilia nos informou que a denúncia já foi protocolada junto aos orgãos competentes.

 

 

Paulo Sérgio/Paracatunews

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