A Comissão de Administração da Câmara, presidida pela vereadora Marli Ribeiro realizou nesta terça-feira (23/05) Audiência Pública para debater a realidade dos casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes em Paracatu. O objetivo da comissão foi promover uma discussão conjunta entre os órgão da rede de proteção da criança e do adolescente com foco de fortalecer os mecanismos de suporte aos profissionais da rede de educação do município na identificação e devido encaminhamento dos casos que são diagnosticados pelos profissionais durante o trabalho diário nas escolas. 

O debate contou com a participação do Promotor de Justiça, Paulo Campos Chaves; a secretária de Educação, Fátima Ulhoa; a secretária de desenvolvimento e ação social, Ana Amélia Medeiros, a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Thalita Araújo e a vice-presidente do Conselho Tutelar, Ana Carolina. A plateia contou com a participação expressiva de diretores e coordenadores de escolas municipais, servidores da rede de proteção ligada à secretaria de Ação Social, alunos da Fundação Conscienciarte e da escola estadual Altina de Paula.

A audiência apontou como prioridades a necessidade da formação constante de professores e diretores de escola juntamente com uma equipe multidisciplinar para que saibam diagnosticar os casos e lidar com os encaminhamentos devidos. Os participantes ainda salientaram que há necessidade de campanhas de conscientização e de divulgação dos meios de denúncia. Também foi identificada a necessidade de um retorno melhor às escolas quanto os encaminhamentos que são tomados relacionados às denúncias feitas pelos profissionais da educação. As demandas levantadas serão encaminhadas pela comissão para os órgãos competentes.

"O problema do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes parece está longe, mas está mais latente e próximo do que as pessoas imaginam. O conselho tutelar mostrou os dados, são 56 casos de abuso sexual registrados em Paracatu apenas nos últimos seis meses. Sabemos que essa é apenas uma pequena parcela dos casos que acontecem. A maioria dos casos fica no silêncio, sem serem denunciados. Precisamos falar em nome dos que sofrem no silêncio e não podem se proteger." Marli Ribeiro.