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Governo decreta estado de calamidade pública financeira, em Minas

Mensagem encaminhada à Assembleia Legislativa, o governador Fernando Pimentel afirma que o Estado passa por grave crise

Paulo Sérgio
Por: Paulo Sérgio Fonte: Foto: Da Internet
06/12/2016 às 09h12
Governo decreta estado de calamidade pública financeira, em Minas

O governador Fernando Pimentel (PT) enviou nesta segunda-feira (5) mensagem pedindo autorização do Poder Legislativo para decretar estado de calamidade financeira no Estado de Minas Gerais. O decreto foi lido pelo 1ºsecretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Ulisses Gomes (PT) e deve ser votado em plenário até quarta-feira.

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Se a Assembleia Legislativa reconhecer a calamidade pública, enquanto perdurar a situação, serão suspensas a contagem dos prazos de controle para adequação e recondução das despesas de pessoal e dos limites do endividamento. Além disso, serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitação de empenho.

Segundo a justificativa do governador, os últimos Relatórios de Gestão Fiscal revelam a situação calamitosa das contas públicas estaduais que colocam em risco a capacidade do Estado em manter serviços públicos essenciais, bem como em prover o pagamento das despesas com pessoal sem que incorra em descumprimento de condicionantes legais.

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O governador destaca, na mensagem, que a situação deriva da crise econômica internacional e nacional, que resultaram na contração do Produto Interno Bruto, reflexo da queda da atividade de vários setores, como o mercado internacional de commodities agrícolas e metálicas, o que gerou redução na receita pública estadual.

Ele enfatiza também como motivos o crescimento das despesas de pessoal efetivo nos últimos dez anos, desequilíbrios contratuais gerados pela dívida junto à União, bem como esforços já realizados, como rearranjo da legislação tributária e outros, que não reverteram o quadro.

De acordo com a decisão da Mesa da Assembleia sobre a tramitação da solicitação do governador, como não há esse tipo de previsão no Regimento Interno da ALMG, será aplicado o regimento da Câmara dos Deputados e, subsidiariamente, praxes parlamentares.

A partir dessa análise, a mensagem, já recebida, será publicada e encaminhada à Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO), que terá o prazo de 20 dias para emitir parecer. O parecer, em caso de reconhecimento da situação, concluirá por projeto de resolução, que ratificará o decreto.

Recebido em Plenário, o projeto será publicado, incluído em ordem do dia da reunião subsequente e apreciado em turno único.

A decisão prevê, ainda, que se o prazo de 20 dias se esgotar sem a emissão do parecer pela FFO, o presidente incluirá na ordem do dia da reunião subsequente e designará relator. E também que a rejeição, do todo ou de parte do projeto, implicará em decisão contrária ao seu teor.

A mensagem do governador está na pauta de reuniões da FFO agendadas para as 10h15, 14h15 e 20h15 desta terça-feira (6).

O deputado Felipe Attiê (PTB) criticou o decreto de calamidade. Para ele, é uma manifestação do chamado “jeitinho brasileiro” para flexibilizar a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Já o deputado Fred Costa (PEN) também reprovou o decreto e a forma como foi feita a leitura da mensagem do governador. Ele destacou que não havia quórum de 26 deputados, o que considerou incorreto.

Sobre isso, o deputado Hely Tarqüíneo (PV), que presidia a reunião, enfatizou que foi acordado previamente e que não houve pedido para recontagem do quórum.

Outros estados - Enfrentando crise financeira, com dificuldades para pagar salários e dívidas, o Rio de Janeiro decretou calamidade pública no dia 17 de junho deste ano. No último dia 22 de novembro, foi a vez do governo do Rio Grande do Sul.

 

Com informações: ALMG

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