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Justiça determina adoção de medidas para a preservação do Parque Estadual de Paracatu

Justiça atendeu pedido do MPMG. Ação Civil Pública aponta irregularidades na implantação e estruturação da Unidade de Conservação de Proteção Integral

Paulo Sérgio
Por: Paulo Sérgio Fonte: Foto: Corpo de Bombeiros de Paracatu
11/09/2016 às 23h18
Justiça determina adoção de medidas para a preservação do Parque Estadual de Paracatu

O Estado de Minas Gerais, a Kinross Brasil Mineração e o Instituto Estadual de Florestas (IEF) terão 180 dias, a partir da notificação, para implantarem uma série de medidas visando a preservação da Unidade de Conservação Integral (UCI) denominada Parque Estadual de Paracatu, no Noroeste do estado. A determinação da Justiça atende a pedido liminar feito pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que ajuizou Ação Civil Pública (ACP) depois de apurar diversas irregularidades relacionadas à preservação do parque.

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Reparo e manutenção da frota de veículos; estruturação do sistema de combate e prevenção de incêndio; execução de ações de educação e conscientização da população; adequação do sistema de isolamento da unidade contra a entrada de bovinos e equinos; e a contratação de, no mínimo, 12 funcionários para exercer a função de guarda-parque estão entre as medidas determinadas pela Justiça.

A unidade de conservação foi criada em 22 de março de 2011 pelo Decreto Estadual nº 45.567, abrangendo uma área superior a seis mil hectares, com a finalidade de preservar a biodiversidade regional e garantir a disponibilidade hídrica de Paracatu. A área do parque compreende parte das microbacias do ribeirão Santa Izabel e córrego do Espalha, ambas definidas como Área de Proteção Especial (APE) para fins de preservação de mananciais, além de estar bem próxima ao rio São Marcos, divisor interestadual com o município de Cristalina (estado de Goiás) e importante afluente do rio Paranaíba.

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Ao longo do Inquérito Civil, os promotores de Justiça Marcelo Azevedo Maffra (coordenador regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias dos Rios Paracatu, Urucuia e Abaeté) e Paulo Campos Chaves (Defesa do Meio Ambiente de Paracatu) verificaram que a estrutura física do parque está em péssima situação, tendo em vista que as benfeitorias existentes foram objetos de furto, danificadas por ações de vândalos e pela ação do tempo. “Os responsáveis não cuidaram de zelar pelas edificações, todas preexistentes a sua criação. Além de não construírem novas estruturas, os requeridos não cuidaram daquelas já existentes”, afirmam os promotores de Justiça. 

Segundo o promotor de Justiça Marcelo Maffra, “a decisão é importantíssima porque exigiu solidariamente do Estado de Minas Gerais, do IEF e da Kinross a estruturação mínima necessária para a conservação do Parque Estadual de Paracatu, que possui relevância ambiental extrema para a proteção da biodiversidade na região Noroeste do estado”.

Ainda de acordo com o promotor de Justiça, “no dia 9 de agosto deste ano, aquela unidade de conservação foi alvo de um grande incêndio florestal, que destruiu aproximadamente três mil hectares de vegetação nativa, que corresponde a aproximadamente metade da área do Parque Estadual de Paracatu. Com a decisão, espera-se que as medidas determinadas pelo Poder Judiciário sejam suficientes para evitar a repetição de outra tragédia dessa magnitude”, destaca o promotor de Justiça.

Fonte:MPMG

Nota da Kinross:

A criação do Parque Estadual de Paracatu é uma das condicionantes estabelecidas pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) para o licenciamento do projeto de expansão da Mina Morro do Ouro de 2011. A Kinross cumpriu com todas as obrigações e em 2014 passou o parque para o Governo de Minas. A partir dessa entrega, a gestão do espaço tornou-se responsabilidade do Instituto Estadual de Florestas (IEF). Além disso a companhia deixou no local a única infraestrutura que existe, incluindo água, luz e casa, para desta forma apoiar a permanência do IEF na área, evitando assim que aumente o vandalismo no espaço. Foram investidos R$ 500.000 reais nesta infraestrutura, com reformas de acordo com o solicitado pelo IEF . Em agosto passado, período de seca, quando são comuns as queimadas na região, o fogo atingiu o parque. Como parceira da comunidade e do poder público, a Kinross apoiou, por meio de sua brigada voluntária, o Corpo de Bombeiros de Paracatu para ajudar a debelar as chamas. O incêndio atingiu áreas de difícil acesso, o que possibilitou que, mesmo com todo o recurso disponível, as chamas consumissem parte do parque. A ação conjunta dos bombeiros com a Kinross foi importante para reduzir o impacto das chamas ao mínimo possível. Por temos cumprido todas as obrigações, vamos recorrer da decisão, mas reforçamos que temos o compromisso com o crescimento sustentável de Paracatu e que continuamos investindo em projetos sociais, culturais, econômicos e ambientais em parceria com órgãos competentes que vislumbrem o desenvolvimento da região e a preservação de suas riquezas ambientais.

Atualizada ás 18h:08min Data: 12/09/2016

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