Foi realizada na tarde desta terça-feira (28) na Câmara Municipal de Paracatu, uma audiência pública com o Geólogo Márcio Santos, Sobre estudo feito nas águas do Rio Santa Rita e afluentes em relação à contaminação por arsênio provocada pela exploração de minério pela Kinross.
O geólogo contestou os resultados apresentados pelos pesquisadores do CETEM, em uma audiência pública no dia 18 de Março de 2014 realizada na câmara Municipal. Márcio também denunciou um reunião que segundo ele, aconteceu no dia 22 Março na prefeitura de Paracatu as portas fechadas para discutir um erro do CETEM no levantamento sobre contaminação da população de Paracatu.
Segundo Márcio Santos, as vítimas da intoxicação crônica causada pelo arsênio liberado pela mineradora Kinross, não foram comunicados da reunião. O geólogo afirma que nesta reunião as portas fechadas, os pesquisadores do Cetem , instituto Evandro Chagas e Unicamp, informaram que a reanálise dos dados apresentados na audiência pública de 2014, revelou que a media de contaminação por arsênio em Paracatu, era de 15ugl micrograma por litro de urina, uma média cinco vezes maior do que o CETEM havia anúnciado . E que na verdade existiriam entre as cerca de 800 pessoas amostradas, 13 casos de contaminação por arsênio de 50 ugl na urina, inclusive três pessoas teriam apresentado arsênio acima de 100 ugl na urina, sendo uma moradora do bairro Paracatuzinho e outros dois moradores no bairro Amoreiras. As outras pessoas que teriam apresentado concentração de arsênio na urina, de 50 ugl, foram moradores do bairro Paracatuzinho e oito do bairro Amoreiras.
De acordo com Márcio, desde 2007, ele vem alertando a população e as autoridades com informação de boa qualidade, e por não receber atenção merecida, foi tomado medidas administrativas e judiciais a partir de 2008, mas que até hoje, essas medidas não surtiram o efeito esperado. - Disse Márcio.
Márcio ainda afirmou que os pesquisadores estão alinhados com os interesses da mineradora Kinross e que a equipe de pesquisados está andando em círculos, enrolando e enganando a população, enquanto a mineradora vai ganhando tempo para continuar sua atividade mineraria lucrativa e danosa. Segundo Márcio, não existe nível seguro para uma substancia cancerígena como o arsênio.
Ainda segundo Márcio, é preciso ações rápidas e de emergência para atender os moradores da Santa Rita, que estão consumidos águas contaminadas tanto do rio, como dos poços artesianos. Márcio ainda reforça que é preciso que a mineradora atenda aquela população que esta contaminada, principalmente as crianças, que apresentaram concentração de arsênio elevadas acima da media e que ainda consomem águas contaminadas. Aqueles moradores precisam de água potável. - Disse o geólogo
Uma moradora de uma propriedade rural do Santa Rita, falou dos graves problemas que ela tem enfrentando por causa da contaminação das águas na região. Segundo a moradora, ela já perdeu muitos animais, como gados, porcos e outros animais, que consomem água contaminada. Ela inda disse, que até para tomar banho e lavar vasilhas é difícil por causa de coceiras e irritações pelo corpo.
Segundo o professor Márcio, em todos os pontos amostrados, as águas subterrâneas (poços), as águas superficiais, os solos fluviais do Ribeirão Santa Rita e de seus tributários apresentaram teores de arsênio acima dos limites legais, para águas Classe 2. Segundo Márcio, 70,3% da população amostrada apresentaram concentração acima do valor de referência.
O geólogo reforçou ainda que a mineradora deve fornecer, gratuitamente e indefinidamente, desde já, água mineral potável, isenta de arsênio e outros poluentes, em quantidade suficiente para todos os habitantes da Bacia do Ribeirão Santa Rita, bem como aos seus animais de criação.
E Ainda disse que é preciso Anular a decisão do órgão licenciador, que concedeu a mineradora o automonitoramento ambiental do empreendimento da Mina Morro do Ouro. A população residente no Santa Rita necessita de avaliações, exames clínico-laboratoriais regulares e cuidados médicos periódicos, por tempo indeterminado.
A população tem direito a medidas mitigadoras e compensatórias e isto deveria ser exigido do Ministério Público. - Afirma o professor Márcio.
A Comissão de Administração, Serviços Públicos e Cidadania responsável pela audiência irá se reunir na próxima terça-feira (5) para buscar ações a partir dos resultados e informações fornecidos pelo Dr. Márcio.
Todos mencionados na matéria tem o direito de respostas.