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Redução de crimes e o excesso de presos no presídio de Paracatu é discutido em Audiência Pública

Audiência foi realizada pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na Câmara Municipal de Paracatu.

Paulo Sérgio
Por: Paulo Sérgio Fonte: Foto: Assessoria de Comunicação / Câmara Municipal
21/06/2016 às 08h13
Redução de crimes e o excesso de presos no presídio de Paracatu é discutido em Audiência Pública

Aconteceu nesta segunda-feira (20) uma audiência pública na Câmara municipal de Paracatu, com a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), para tratar sobre segurança pública no município.

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A reunião proposta pelo vereador Cabo Camilo, contou com a presença do deputado sargento Rodrigues (PDT), deputado João Leite (PSDB), prefeito municipal Olavo Conde, chefe do Departamento de Polícia Civil de Unaí, Marcos Tadeu, comandante do 45° Batalhão da Polícia Militar (PM), tenente-coronel José Reinaldo Parreira, diretor do Presídio de Paracatu, José Cláudio Pereira da Silva e vereadores.

Objetivo da audiência pública era discutir os índices de criminalidade no município, bem como soluções e ações para uma redução maior do nuero de crimes no município.

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De acordo com a PM, Paracatu é responsável por 50% dos chamados de crimes violentos registrados nos 17 municípios da região Noroeste do Estado. Janeiro e fevereiro deste ano foram recordistas de assassinatos, 18 nos dois meses. De março a junho, na média mensal, houve queda de um terço, quando foram computados 24 assassinatos.

"Eles caíram devido ao reforço de 30 policiais vindos de Belo Horizonte, Unaí e Uberlândia. Os policiais estão focando seus esforços contra o tráfico, homicídios e roubos”, afirmou o comandante da PM. Mas ainda não é possível comemorar. Foram registrados 51 assassinatos em todo o ano passado e a projeção indica um número bem superior ao fim de 2016.

O representante do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUte-MG), professor Carlos Bartolomeu, pediu mais iniciativas sociais que envolvam a juventude e ocupem o tempo útil dos alunos, como atividades construtivas que os impeçam de se envolverem com a criminalidade.

“Existem políticas públicas interessantes que deram certo no passado e que deveriam ser retomadas, como o Fica Vivo!”, afirmou, se referindo ao programa da PM desenvolvido junto a escolas. "Não acho que a redução da maioridade penal seja a solução do problema. É dolorido saber que um aluno seu foi vítima da violência”, apontou.

O comandante do 45° BPM ressaltou a importância do projeto Guarda Mirim, composta por 120 jovens entre 13 e 17 anos matriculados em escolas públicas, e pediu a construção de um centro socioeducativo adequado na cidade para que a custódia dos menores infratores não vá para Unaí (Noroeste), Patos de Minas (Alto Paranaíba) ou mesmo Sete Lagoas (Central).

O chefe do Departamento de Polícia Civil de Unaí, Marcos Tadeu de Brito Brandão, reforçou que a cidade ainda vive dificuldades na segurança pública, mas já vivencia melhoras. “Já fomos a 15ª cidade mais violenta de Minas Gerais, mas tivemos 23 desses 24 homicídios apurados e diversas operações que resultaram em prisões. Tivemos 50% de redução da violência na área rural, outra grande preocupação nossa", apontou. O delegado agradeceu ainda o apoio do Prefeitura.

O prefeito Olavo Condé, pediu mais responsabilidade do Executivo estadual com o dinheiro público e mais apoio à segurança na cidade. “É nossa a melhor arrecadação de impostos do Noroeste mineiro, mas não recebemos nada de volta. O município gasta R$ 600 mil por ano com segurança. Temos feito nossa obrigação”, alertou.

O presidente da Câmara, João Archanjo, reforçou as críticas. “O município é o responsável pela maior parte do investimento na polícia local. Somos grandes arrecadadores de impostos e estamos sendo desrespeitados pelo Estado”, acrescentou.

O vereador Cabo Camilo, responsabilizou o crescimento do tráfico de drogas pela criminalidade na cidade. “Muitas armas de fogo têm sido apreendidas, as pessoas se sentem ameaçadas, a violência é grande e abrange até a zona rural”, disse.

O diretor do Presídio de Paracatu, José Cláudio Pereira da Silva, também fez uso da palavra e reivindicou mais investimentos na unidade, que conta atualmente com 300 presos, mas a capacidade seria para menos da metade, 135. Ele relatou que tem recebido presos das comarcas de Vazante e Guarda-Mor, na mesma região, atualmente sem presídios. “Estamos enfrentando problemas estruturais sérios, com falta de alojamento e banheiro adequados para os agentes prisionais. Além disso, tivemos problemas no telhado. Falta salubridade para os nossos funcionários”, completou.

Falta de investimentos é criticada

Autor do requerimento para a realização da reunião, o presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PDT), afirmou que o momento é difícil para a segurança pública no Estado, especialmente pela falta de efetivo policial e a diminuição das verbas de custeio às delegacias e batalhões. “Os próximos policiais só chegam às ruas em janeiro do ano que vem e não sabemos como eles serão distribuídos. Sem efetivo, nada se faz", criticou.

Sargento Rodrigues defendeu ainda a descentralização dos recursos sobretudo visando à manutenção de delegacias. "O custeio é necessário. Nossa comissão tem acompanhado a execução orçamentária e ela tem deixado muito a desejar”, afirmou. Segundo o parlamentar, enquanto em 2014 a verba de custeio da PM foi de R$ 376 milhões, em 2016 caiu para R$ 278 milhões. "O impacto disso é inevitável", explicou.

Já o deputado João Leite (PSDB) afirmou que é preciso um olhar cuidadoso para Paracatu e todas as cidades nas divisas de Minas, reforçando que o melhor caminho é a mobilização da população. “Democracia funciona assim. Coisas acontecem de acordo com o grito da população. É preciso cobrar dos governos. Iremos cobrar também”, adiantou.

 

Paulo Sérgio/Paracatunews

Com informações: ALMG

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