Acontecerá na próxima terça-feira (1) de dezembro, uma audiência pública com o Gerente Geral da Kinross, Gilberto Azevedo e representantes para falar sobre a segurança das barragens de rejeitos da Mineradora Kinross em Paracatu,MG.
Um dos motivos desta audiência é esclarecer o método de segurança adotada pela empresa canadense Kinross Gold Corporation, em suas barragens de rejeitos em Paracatu. A audiência acontece após a tragédia do rompimento das barragens da mineradora Samarco, que aconteceu no dia (5/11), na cidade de Mariana, MG.
O rompimento da barragem devastou o distrito de Bento Rodrigues, atingindo o vilarejo de Paracatu de baixo, além de outros municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo, que teve o Rio Doce, coberto pela lama de rejeitos que causou a morte de animais e prejudicou o abastecimento de água em Governador Valadares (MG) .
O medo que algo parecido, ou pior, pudesse acontecer também em Paracatu, deixou a população temerosa e bastante preocupada, pelo tamanho das barragens de rejeitos da kinross na cidade. Por esse motivo, a comissão da Câmara Municipal, realizará está audiência pública com a Kinross, para esclarecer se existe, ou não, riscos de rompimento das barragens de rejeitos da mineradora em Paracatu.
A audiência pública é aberta para a população e está marcada para acontecer às 14hs, na Câmara Municipal de Paracatu.
Segundo o Inventário de Barragem do Estado de Minas Gerais (Ano 2014), elaborado pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), mostrou que 8% das estruturas de contenção de rejeitos no estado – marcado pela atividade minerária – não têm as necessárias condições de segurança declaradas pelos auditores dos empreendimentos. Além disso, outras não dispõem de informações técnicas suficientes para esse tipo de garantia.
Os riscos não controlados provocaram grandes tragédias no estado: em São Sebastião das Águas Claras (Macacos), em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 2001; em Cataguases, em 2003 e Miraí, em 2007, ambas na Zona da Mata; e Itabirito, na Região Central, em 2014. Os acidentes causaram não só a degradação ambiental nas áreas, como deixaram mortos, feridos, centenas de famílias desabrigadas e muita dor e sofrimento nas comunidades.
O relatório ainda apresenta uma classificação de potencial de danos ambientais. Das 754 barragens em Minas, 231 estão na classe III, o que é considerado de alto potencial de dano ambiental.
Paulo Sérgio/Paracatunews