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Ocultamento de possíveis casos de câncer em Paracatu é debatido por deputados

Defensora de direitos humanos que fez as denúncias estaria sofrendo ameaças do prefeito da cidade e do vice.

Paulo Sérgio
Por: Paulo Sérgio Fonte: Foto:Minervino Junior/CB/D.A Press - 11/3/2015
25/09/2015 às 06h40
Ocultamento de possíveis casos de câncer em Paracatu é debatido por deputados

Debater as ameaças sofridas pela defensora de Direitos Humanos Rafaela Xavier Luiz, moradora de Paracatu (Noroeste de Minas), em razão de denúncias que fez sobre ocultamento de diagnósticos de casos de câncer em pacientes no município. Esse é o objetivo de uma reunião que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai promover, nesta sexta-feira (25/9/15), às 10 horas, no Auditório. O autor do requerimento é o deputado Cristiano Silveira (PT).

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De acordo com o parlamentar, Rafaela Xavier teria descoberto que havia mais de 500 pessoas com exames comprovados de diagnóstico de câncer em Paracatu. “No entanto, esses enfermos não teriam sido informados sobre a doença, e Rafaela, então, teria procurado cada um desses pacientes e os encaminhado para tratamento no Hospital de Câncer de Barretos, no Estado de São Paulo, onde é voluntária”, conta Cristiano Silveira.

Segundo o deputado, após essas intervenções, a defensora de Direitos Humanos teria começado a receber ameaças do prefeito e do vice-prefeito de Paracatu. O vice é também médico e administrador do hospital onde teria ocorrido a omissão dos diagnósticos. “Depois desses acontecimentos, Rafaela participou, em fevereiro de 2015, de uma audiência pública, onde denunciou os fatos ocorridos, expondo sua voluntariedade em participar do Programa de Proteção aos Defensores do Direitos Humanos”, afirmou Cristiano Silveira.

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Ainda de acordo com o deputado, “as denúncias de Rafaela narram que os diagnósticos sobre a saúde dos pacientes estariam sendo ocultados em virtude de interesses dos políticos locais, uma vez que possivelmente a doença estaria sendo estimulada pela emissão de arsênio por parte da mineradora Kinross, instalada em Paracatu”.

Convidados – Foram convidados para a reunião o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Sávio de Souza Cruz; o secretário de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Nilmário Miranda; o secretário de Estado de Saúde, Fausto Pereira dos Santos; o procurador Regional dos Direitos do Cidadão da Procuradoria da República em Minas Gerais, Edmundo Antônio Dias Netto Junior; o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (Seção Minas Gerais), William dos Santos;  e a coordenadora do Programa de Desenvolvimento Econômico Sociocultural da ONG Justiça Global, Melisanda Trentin.

Da cidade de Paracatu, receberam convite para participar da audiência pública o prefeito Olavo Remígio Condé; as defensoras de Direitos Humanos Rafaela Xavier Luiz e Evane Lopes Dias Silva; o procurador da República, Hebert Reis Mesquita; o geólogo e professor da Faculdade do Noroeste de Minas, Márcio José dos Santos; e a gerente de Comunicação e Relacionamento com Comunidades da Kinross Brasil Mineração S.A, Ana Cunha.

 

ALMG

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