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Ações para o enfrentamento de doenças e agravos não transmissíveis são tema de encontro estadual

Evento realizado em Belo Horizonte reuniu referências técnicas e coordenadores da área das 28 Unidades Regionais de Saúde

Por: Da Redação Fonte: Secom Minas Gerais
15/05/2024 às 19h35
Ações para o enfrentamento de doenças e agravos não transmissíveis são tema de encontro estadual
Fábio Marchetto / SES

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizou, nos dias 14 e 15/5, em Belo Horizonte, o Encontro Estadual de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis, que contou com a participação de referências técnicas e coordenadores das 28 Unidades Regionais de Saúde.

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As Dant representam a maioria dos óbitos no mundo e, em Minas Gerais, o cenário não é diferente. Elas acarretam mortes prematuras, incapacidades, redução da qualidade de vida e impactos econômicos nas famílias afetadas. Assim, o evento visa contribuir para a qualificação das ações de enfrentamento a essas condições e, consequentemente, melhorar o cenário epidemiológico do estado.

Para a coordenadora de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Câncer da SES-MG, Sandra de Souza, é fundamental essa interlocução com as unidades regionais de todo o estado. “É importante que as referências estejam presentes nesse encontro porque, a partir do conhecimento e da apropriação das temáticas que estão sendo trabalhadas, elas proporcionarão apoio técnico para que os municípios possam realizar as ações de enfrentamento às Dant”, reforçou.

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“Além das palestras sobre vigilância dos acidentes, vigilância das doenças crônicas não transgressivas e a vigilância das violências, também estamos trabalhando o Caderno de Prática das Doenças e Agravos não Transmissíveis, que se propõe a trazer conceitos, referenciais teóricos e soluções em políticas públicas e financiamento das Dant no território mineiro”, explicou Sandra de Souza.

Para a referência técnica da Superintendência Regional de Saúde do município de Coronel Fabriciano, Michele Batista, é de suma importância levar aos municípios o entendimento de que é necessário conhecerem o seu território e conhecerem as ocorrências das doenças crônicas e agravos.

Ela ressalta que é preciso que os municípios atuem dentro dos territórios sanitários para que previnam e trabalhem a promoção da saúde, visto que esses eventos são onerosos aos cofres públicos, levam a várias internações e causam enormes impactos sociais, familiares e individuais.

“Após esse evento, nós, como referências técnicas, voltamos para os nossos territórios mais fortalecidas e mais orientadas para dar suporte aos municípios, para que eles trabalhem bem os eventos de doenças crônicas e agravos não transmissíveis e possam ajudar na prevenção desses tipos de agravos, onerosos à rede de saúde dos municípios”, pontuou Michele Batista.

Programação

No primeiro dia do Encontro, Amélia Augusta, doutora em Saúde Pública, professora e pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ministrou a palestra Convergências entre trânsito e saúde.  

Os eventos provocados pelo trânsito se enquadram no conceito de doenças e agravos não transmissíveis, pois não são transmitidos por um agente específico, como vírus ou bactérias, mas são decorrentes de um conjunto de fatores que envolvem o comportamento humano, a infraestrutura e as políticas públicas.

“Sabemos que muitas vezes esses eventos têm características tanto do comportamento individual quanto da questão da infraestrutura das vias e da ausência de transporte coletivo”, salientou.

“Assim, é necessário que seja dada atenção às políticas intersetoriais que contemplem políticas de saúde e educação, mas também políticas de transporte e de mobilidade urbana sustentável. É preciso aprofundar esse olhar para as cidades e o viver nelas, a urbanização e os seus efeitos sobre a saúde das pessoas”, destacou a professora.

Na sequência, a médica e professora associada da Escola de Enfermagem da UFMG, Déborah Carvalho Malta, proferiu a palestra Contextualização das Doenças Crônicas não Transmissíveis e suas atualizações baseada nas evidências científicas. A professora apresentou uma série de dados de pesquisas sobre tais agravos e doenças, divididos por recortes como sexo, idade, escolaridade e poder aquisitivo.

De acordo com ela, tais doenças são responsáveis por até 36% das mortes no país e têm como causa fatores de risco comportamentais, mais essencialmente os determinantes sociais em saúde. As doenças crônicas são mais frequentes na população com baixa renda e  baixa escolaridade.

Segundo Déborah Carvalho Malta, especialmente após a pandemia de covid-19, verificou-se um aumento das taxas de mortalidade das doenças crônicas, o que demanda políticas regulatórias para que se possa reduzir a incidência dessas doenças. Ela destacou alguns desafios como, por exemplo, o aumento da obesidade, do uso de álcool pelas mulheres e do uso de tabaco pelos adolescentes, especialmente, o uso de cigarros eletrônicos.

“Portanto, há desafios contínuos e é muito importante a presença de políticas públicas de controle dessas doenças, em especial medidas regulatórias. É essencial também a participação governamental no apoio aos sistemas de monitoramento às Dant para que possam ser suporte à implantação de políticas de promoção da saúde e de prevenção dessas doenças”, finalizou a professora.

Já no segundo dia do evento, foi apresentado o Caderno de Prática das e Doenças e Agravos não Transmissíveis e realizada oficina com a participação das referências técnicas regionais para discutir as atribuições propostas aos municípios e às regionais de saúde no enfrentamento às Dant pelos territórios.

Finalizando a programação, foi ministrada a palestra Vigilância das Violências: avanços no tratamento, pela doutora em Epidemiologia, professora e pesquisadora da UFMG, Elaine Leandro Machado.

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