Em linha com os resultados do ano passado, a Kinross Gold planeja investir em torno de US$ 1,05 bilhão em 2024. Parte dos investimentos terá como destino a cidade Paracatu, no Noroeste de Minas Gerais, onde a empresa opera a maior mina de ouro do Brasil e uma das maiores do mundo. O plano da mineradora canadense é de aplicar US$ 145 milhões em território brasileiro. 

Embora não detalhe os projetos no País, as despesas de capital estimadas pela companhia incluem, por exemplo, US$ 60 milhões para equipamentos móveis, US$ 25 milhões para instalações da fábrica e US$ 50 milhões para estruturas de rejeitos. Em 2023, a produtora de ouro investiu US$ 167 milhões em solo nacional. O aporte total no período, o que engloba ainda as operações nos Estados Unidos, Canadá, Chile e Mauritânia, chegou a US$ 1,055 bilhão. 

No comunicado divulgado aos acionistas, a Kinross também informou que cerca de US$ 160 milhões – US$ 1,1 milhão a mais que no último ano – serão destinados para atividades exploratórias. A intenção da empresa é utilizar o montante para acompanhar as zonas de mineralização existentes, bem como fazer novas descobertas em todas as jurisdições das quais é proprietária. 

Especificamente para o Brasil, a mineradora afirmou que os esforços em iniciativas de exploração estão concentrados nos extensos pacotes de terras que estão, principalmente, ao longo do corredor noroeste da mina de Paracatu. As reservas da companhia na região mineira se alongam por mais de 35 quilômetros e são hospedadas pelo lote sedimentar que abriga o município. 
“Um extenso levantamento do solo revelou inúmeras anomalias que foram seguidas por prospecção, amostragem e mapeamento. Perfurações recentes de algumas dessas anomalias revelaram mineralizações e teores de estilo semelhante ao de Paracatu. Em 2024, esperamos perfurar ativamente uma série de alvos não testados e acompanhar os melhores resultados”, disse.  

Produção global de ouro da Kinross avança e em Paracatu fica estável

No exercício passado, a Kinross produziu 2,15 milhões de onças de ouro, o que representa uma alta de 10% em relação a 2022. O avanço decorreu, sobretudo, da maior produção em La Coipa, no Chile, e maiores teores de moagem, recuperações e rendimento em Tasiast, na Mauritânia. Ao mesmo tempo, as vendas da mineradora subiram 13%, para 2,18 milhões de onças do metal.

Já em Minas Gerais, a produção ficou estável em 2023. Foram produzidos 588 mil onças de ouro em Paracatu, um crescimento considerado irrisório de 2% frente ao ano anterior. A empresa, no entanto, destacou que o resultado foi consequência de um aumento na produtividade da usina, bem como as recuperações recordes, parcialmente compensadas por teores mais baixos. Enquanto isso, as comercializações de ouro a partir da Paracatu cresceram 4%, para 592,2 mil onças. 

O presidente e CEO da Kinross, J. Paul Rollinson, resumiu 2023 como um grande ano para a mineradora. “Cumprimos nossas orientações de produção, custo e capital e concluímos nossos projetos em Tasiast e La Coipa. Nosso portfólio de minas produziu resultados sólidos, mais do que dobramos o fluxo de caixa livre ano após ano, mantendo nosso balanço patrimonial com grau de investimento, e estamos levando esse impulso até 2024”, disse.

Para este ano, a expectativa da companhia é alcançar novamente 2,1 milhões de onças de ouro. A Kinross espera que o volume seja maior no segundo semestre, impulsionado pela atividade inicial esperada para Manh Choh, nos Estados Unidos, bem como pela maior produção em Paracatu. Para 2025 e 2026, a perspectiva da empresa é permanecer estável em 2 milhões de onças.