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Sete em cada 10 empresas investirão em IA ainda em 2023

A conclusão é da consultoria Deloitte, que entrevistou 501 empresas com receitas líquidas que totalizaram R$ 2,1 trilhões em 2022. Entre os diverso...

Por: Da Redação Fonte: Agência Dino
04/10/2023 às 15h25

A Inteligência Artificial (IA) está cada vez mais presente no dia a dia das empresas, como mostrou a pesquisa Agenda 2023, realizada anualmente pela Deloitte. Segundo a consultoria, sete em cada 10 empresas investirão em IA ainda neste ano. Nas entrevistas realizadas com 501 empresas brasileiras que alcançaram receitas líquidas de R$ 2,1 trilhões em 2022, 20% afirmaram que já usam IA, outros 20% disseram que estão com as aplicações em teste e 31% pretendiam iniciar os investimentos nessa área ao longo de 2023.

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Segundo a pesquisa, parte dessas empresas acredita que a nova tecnologia será usada especialmente em suporte e atendimento ao cliente. Mas há intenção de também usar a IA em outras áreas das empresas, que vão desde campanhas de marketing até gestão financeira e gerenciamentos operacionais, por exemplo.

Com 20 anos de experiência na área de Design Digital, o designer Altair Sampaio também é otimista quanto ao uso da Inteligência Artificial. Ele explica que a tecnologia não precisa ser uma ameaça aos profissionais, mas sim uma colaboradora para o ganho de tempo na execução de projetos. Ele cita como pontos positivos da IA o uso em pesquisas de imagens e esboços de ideias. Isso porque os algoritmos utilizados pela tecnologia podem gerar insights que de forma manual demorariam horas.

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De acordo com Sampaio, atualmente muitas editoras já estão fazendo testes com criação de imagens generativa em programas como o MidJourney, um serviço de inteligência artificial de geração de imagens a partir de descrições do solicitante, o que pode vir a substituir o uso de banco de fotos, por exemplo.

“A utilização de algoritmos de Deep Learning de IA permite que os designers automatizem tarefas repetitivas, como o ajuste de imagens ou o redimensionamento de elementos gráficos. Acredito que se usada de forma correta, essa nova ferramenta pode mais cooperar do que rivalizar com o trabalho dos profissionais da área de design. Pessoas leigas já conseguem bons resultados, mas os profissionais com mais experiência terão melhor proveito desta ferramenta expandindo os limites da arte e desenvolvendo novas formas de expressão”, destaca.

O designer destaca ainda que teóricos da área de Design também tendem a concordar com os benefícios da IA para facilitar o trabalho dos profissionais. “Um deles é o Marcus du Sautoy, professor de matemática da Universidade de Oxford e autor do livro The Creativity Code. Ele disse em entrevista para o The Economist que a Inteligência Artificial está mais para colaborar do que para competir, porém mudará a forma como os designers trabalham, usando-a com uma ferramenta de suporte nos processos de criação”, comenta.

Altair Sampaio também cita como benefício a maior valorização dos profissionais, uma vez que as tarefas mais simples e repetitivas poderão ser feitas por tecnologias de IA, enquanto a parte de criação e inovação ficará a cargo dos designers.  Apesar disso, ainda que os benefícios se sobressaiam, o designer chama atenção para um ponto que pode ser negativo da adoção da tecnologia nessa área.

“Um dos campos que mais preocupam os artistas e designers são os direitos autorais. A quem pertencerão, como isso será definido? Muitas das artes terão semelhanças devido a forma como os algoritmos são configurados”, questiona.

Evento destaca a aplicação da IA no mercado editorial

No 2º Encontro de Editores, Livreiros, Distribuidores e Gráficos, realizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) entre os dias 2 e 4 de agosto passado, em Atibaia (São Paulo), a aplicação da Inteligência Artificial no mercado editorial foi um dos temas abordados. Um dos convidados, Peter Schoppert, diretor da Nus Press, de Singapura, defendeu a importância de se utilizar a IA para aprimorar processos editoriais, complementando o trabalho de profissionais humanos.

“A IA não é só um software, é um ecossistema. Quem cria os dados são os humanos, os algoritmos são treinados, aprendendo a prever quais palavras virão em seguida. Esses módulos são repetidores de padrões”, disse, em aspas reproduzidas pela assessoria de imprensa da CBL.

Segundo a entidade, para Schoppert, a “postura a ser tomada pela cadeia do livro deve ser a de melhorar o processo da mensagem final e utilizar as inteligências, não para substituir pessoas, mas sim para melhorá-los.”

Para Altair Sampaio, que é membro da CBL, a discussão sobre o tema ainda está no começo e, quando a tecnologia de IA estiver mais disseminada, será possível prever melhor benefícios e desvantagens. “Com o uso de IA no design, creio que um ponto positivo é que a arte, por exemplo, será mais democrática e inclusiva, abrindo espaço para todas as culturas. No entanto, é preciso lembrar que ainda é uma tecnologia de difícil acesso, o que acredito que será por pouco tempo, uma vez que é inegável que a Inteligência Artificial veio para ficar”, conclui o profissional.

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