“Seria um custo político alto. O governo inicialmente tinha a proposta de começar a cobrar pelas térmicas a partir deste ano, mas essa data já foi adiada e os reajustes só devem começar a acontecer no ano que vem”, avalia o gerente de regulação do grupo Safira Energia, Fábio Cuberos.
Segundo ele, se todo o custo pela utilização das térmicas em 2013 e 2014 fosse cobrado de uma só vez, os reajustes nas contas de luz teriam de girar entre 20% e 25% só para essa restituição, tirando outros custos da empresa. Ou seja, o reajuste seria bem mais alto do que a Cemig pede. Por isso, a decisão do governo de diluir esses custos nos reajustes dos próximos anos.
“O governo aposta em dois cenários no futuro. O primeiro, que é possível, mas pouco provável, é uma normalização do período de chuvas, que nos dois últimos anos foi bem abaixo da expectativa”, explica Cuberos. “O segundo são os leilões das usinas que não tiveram suas concessões renovadas no final de 2012”, avalia.
Em entrevista coletiva na última semana, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, considerou o fim das concessões a partir do ano que vem como um “trunfo” do governo. Segundo o secretário, as usinas que serão leiloadas têm, atualmente, aproximadamente 5.000 MW por um custo de energia de pouco mais de R$ 100 por megawatt/hora (MWh). Com o fim das concessões, essas usinas serão relicitadas e o custo médio cairá para algo entre R$ 26 e R$ 30.
“Isso vai realmente atenuar o valor da tarifa no primeiro ano, mas que vai ser absorvido logo para o ano seguinte”, opina Cuberos.
Sobre o pedido de reajuste, a Cemig informou, em nota, que o principal fator de variação foi a necessidade de compra de energia térmica. O índice final de reajustes será definido pela Aneel em abril.