Nem lá e nem cá. Antes marcado para as 16h dessa sexta-feira no estádio Frei Norberto, na cidade mineira de Paracatu-MG, o jogo entre Unaí/Paracatu e Brasiliense foi transferido de local pela Federação Brasiliense de Futebol, para o estádio Serra do Lago, em Luziânia, no horário das 18h. A alteração gerou discórdia entre os dois clubes e cada um resolveu se apresentar uniformizado em um estádio diferente, separados por muitos quilômetros de distância. Como consequência, a partida não aconteceu e aumentou a lista de polêmicas do Candangão 2014.
A FBF mudou o local do jogo com base no parágrafo 2° do artigo 25 do Regulamento Geral das Competições (“no caso de partidas entre clubes de uma mesma cidade ou que distem entre si menos de 150 km, o intervalo entre as partidas poderá ser de 44 horas”). O Brasiliense foi a campo na noite de quarta (26), pela semifinal da Copa Verde, e, segundo a legislação, não poderia atuar novamente nesta sexta, independentemente da competição, em outro local com distância acima de 150 quilômetros em um intervalo inferior 44 horas entre os respectivos compromissos. A cidade de Paracatu fica a aproximadamente 250 quilômetros da capital federal.
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O Unaí/Paracatu, por sua vez, se defendeu sob a alegação de que se trata de competições diferentes, ou seja, o Brasiliense jogou na quarta-feira (26) pela Copa Verde e o duelo marcado para esta sexta-feira seria pelo Candangão. No entendimento do clube mineiro, esse prazo de 44 horas entre os respectivos jogos não deveria ser contado a partir do duelo de quarta-feira.
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Como cada um dos times seguiu suas razões, o Unaí/Paracatu alegou não ter conseguido condições logísticas para viabilizar a vinda da deleção para a cidade de Luziânia, devido ao curto prazo, e resolveu se apresentar no local e horário onde o jogo estava marcado conforme mostrava a tabela oficial da competição até as 15h30 da tarde de quinta-feira. Nessa sexta, às 16h, a equipe mineira, devidamente uniformizada, foi ao campo do estádio Frei Norberto. Após aguardarem o adversário durante 30 minutos, sem sucesso, os jogadores concluíram o expediente com um treino leve e depois foram liberados.
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“Assim como havíamos adiantado, o Paracatu foi ao estádio Frei Norberto uniformizado e esperou o adversário até às 16h30. Também providenciamos policiamento e ambulância para o jogo. Alguns torcedores que compraram ingresso antecipado foram ao estádio e até registraram boletim de ocorrência para recuperarem o dinheiro de volta”, declarou o presidente da equipe paracatuense, Elias Andrade.
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“O dirigente também confirmou que um mandado de garantia foi protocolado nessa sexta na federação, objetivando manter o jogo no interior mineiro, porém o presidente do TJD/DF, Dr. José Carlos, só o receberá na segunda-feira. “Sabendo que a gente entraria com um mandado de garantia, o presidente Jozafá Dantas dispensou o secretário do Tribunal para nos impossibilitar de entrar com o recurso. Mas conseguimos protocolar o documento na federação e na segunda-feira o presidente do TJD dará o seu despacho”, concluiu o mandatário do Unaí/Paracatu.
Filme repetido
Duas horas depois de o Paracatu entrar em campo em Minas Gerais, o Brasiliense desembarcou no estádio Serra do Lago, novo local determinado pela FBF para a realização do confronto válido pelas quartas de final do Candangão, e aguardou o rival até às 19h. Além do Brasiliense, o quarteto de arbitragem, os paramédicos e policiais militares estiveram no local. Após aguardar por uma hora, o árbitro José Neto pôs fim a espera e se encaminhou para o vestiário. O caso será definido pela federação e pelo Tribunal de Justiça Desportiva.
Presente no estádio Serra do Lago, o homem-forte do Brasiliense, Luiz Estevão, preferiu não polemizar a situação e evitou dar qualquer tipo de opinião sobre o futuro dessa novela. O cartola preferiu atribuir essa responsabilidade ao TJD/DF, que é o órgão competente para tomar a decisão se haverá uma nova data reservada para o jogo acontecer ou se o Brasiliense deve ser considerado vencedor por W.O.
“É uma situação que a gente gostaria que não acontecesse. Os campeonatos têm os seus regulamentos, em primeiro lugar o regulamento do próprio campeonato e, depois, a leia maior que é o regulamento geral das competições. A federação tomou uma decisão baseadas nos regulamentos. Caso o adversário, no caso o Unaí/Paracatu, discordasse da federação, essa decisão foi tomada ontem, haveria tempo hábil para que ele se dirigisse ao tribunal, inclusive com um mandado de garantia, objetivando defender aquilo que ele julgasse pertinente. Pelo que eu sei, pelo menos até às 17h, não havia nenhum pedido deles na federação para que esse jogo não se realizasse. Portanto, daqui para frente é uma questão que o tribunal tem que resolver”, disse Luiz Estevão ao Esporte Candango.
O presidente da federação disse que a lei será aplicada. "Não teríamos condições de fazer o jogo em Paracatu e ferir o regulamento geral das competições. O sindicato dos atletas certamente viria em cima de nós e com razão. Houve uma reunião na sexta-feira, 21, e essa decisão de que a partida deveria acontecer dentro do que prevê o regulamento da CBF foi tomada. Se o dirigente do Uni/Paracatu não compareceu foi porque não quis, já que foi feito o convite. Nâo foi a federação que decidiu assim, mas os próprios clubes que na reunião marcaram todos os jogos. Todos sabiam que seria necessário observar o limite de horário e tempo, isso sem falar que a sede oficial do Unaí/Paracatu é aqui em Brasília e não no interior de Minas", explicou Jozafá Dantas ao Esporte Candango.
As equipes fazem o duelo de "volta" no próximo domingo (30), às 16h, no Serejão, em Taguatinga.
Confira a ata da reunião à qual se refere Joszafá Dantas:
Fonte: Esporte Candango