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Primeira fase do Revalida reprova 90% dos médicos candidatos

O exame é aplicado anualmente desde 2011 e tem a participação 37 instituições de educação superior públicas; este ano, a prova ganhou destaque com o Programa Mais Médicos do governo federal

Paulo Sérgio
Por: Paulo Sérgio Fonte: Foto: Da Internet
28/10/2013 às 22h35
Primeira fase do Revalida reprova 90% dos médicos candidatos
Menos de 10% dos médicos que realizaram a primeira fase do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida) foram aprovados. O resultado foi divulgado pela internet, nesta segunda-feira (28), pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Segundo a autarquia, 155 dos 1.595 médicos com diploma estrangeiro foram aprovados, 9,7% do total.

Os candidatos ainda terão que ser aprovados na segunda etapa do exame para ganhar o direito de atuar livremente no país. Eles devem pagar, até 4 de novembro, uma taxa de R$ 300. O Revalida é aplicado anualmente desde 2011 e tem a participação 37 instituições de educação superior públicas. Este ano, o exame ganhou destaque com o Programa Mais Médicos do governo federal. Até então, todo médico estrangeiro deveria ter o diploma revalidado. Pelo programa, no entanto, eles podem atuar apenas na atenção básica com registro provisório emitido pelo Ministério da Saúde.

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Os candidatos que se submeteram ao Revalida fizeram as provas objetiva e discursiva em agosto. Na segunda etapa, eles serão avaliados quanto às habilidades clínicas. Entram na avaliação conteúdos e competências das cinco áreas de exercício profissional: cirurgia; medicina de família e comunidade; pediatria; ginecologia e obstetrícia; e clínica médica.

No fim de setembro, o Inep alterou o calendário do Revalida. O resultado da primeira fase seria divulgado no dia 26 de setembro. A data da aplicação da segunda etapa foi adiada de 19 e 20 de outubro para 30 de novembro e 1º de dezembro. O resultado individual da segunda etapa será divulgado no dia 23 de dezembro.

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O exame é conhecido pelo alto grau de dificuldade. No ano passado, o índice de aprovação variou entre 6,41% de aprovação entre estudantes bolivianos (o mais baixo) e 27,27% de aprovação entre os venezuelanos (o mais alto). Os brasileiros com diploma estrangeiro também são obrigados a fazer o exame para trabalhar no país – o índice de aprovação deles no ano passado alcançou 7,5%, inferior ao resultado de 2011 (7,89%).

Repercussão

Após a divulgação do resultado do exame, o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) informou, por meio de nota à imprensa, a preocupação da entidade com relação ao desempenho dos candidatos, já que cobra que profissionais do Mais Médicos também sejam obrigados a fazer o exame.

O presidente da entidade Itagiba de Castro Filho, declarou que o alto índice de reprovação só comprova a necessidade de validação do diploma como forma de aferir a qualidade do médico para atuação no país. 

“O resultado é motivo de preocupação para o povo brasileiro e de questionamento se, de fato, a população quer um profissional que não foi devidamente avaliado. Isso é justo com o cidadão brasileiro? Isso deve ser pensado, principalmente por quem está sendo atendido pelos profissionais estrangeiros”, afirmou.

O presidente informou ainda que a prova atesta o conhecimento do profissional sobre o atendimento básico em saúde e não é uma prova sofisticada, focada apenas em especialistas, o que não justificaria o argumento de que o exame é difícil demais, por isso tem alto índice de reprovação.

Para Filho, o Ministério da Saúde deve adotar o exame como seleção para os participantes do Mais Médicos. No entanto, a lei que instituiu o programa só exige a validação a partir do quarto ano de participação no programa.

“O ministro vive falando que só não faz o Revalida no programa porque isso daria direito ao médico de exercer a profissão em qualquer localidade do Brasil. Mas é estranho essa argumentação, porque há tantas proibições no programa que não haveria esse risco. Se o médico descumprir as regras, ele é expulso do programa, tem de devolver a bolsa e perde o visto de permanência no Brasil. A motivação do governo para não incluir o Revalida no programa é por temer o resultado das provas”, concluiu.

Fonte:Otempo

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