Serão julgados os acusados de ser os pistoleiros da execução esses réus estão presos desde 2004. Segundo o advogado auxiliar de acusação Rogério Del-Corse, eles devem assumir o crime e usar o latrocínio para livrar aqueles que seriam os mandantes do assassinato, os irmãos Norberto e Antério Mânica, políticos e fazendeiros da região.
Um deles teria dito, inclusive, em depoimento, que o assassinato não foi encomendado, e sim um roubo que deu errado.
Del-Corse, no entanto, vê uma contradição. “Não faz sentido o acusado admitir o latrocínio, que tem uma pena mais pesada que o homicídio. Isso levanta suspeitas de que poderia haver pagamento por parte dos fazendeiros para que houvesse essa confissão”. Segundo o Código Penal, a pena mínima para homicídio triplamente qualificado é de 15 anos de prisão, enquanto, no caso de latrocínio, é de 20 anos.
O advogado dos réus que vão hoje a júri, Marcelo Leonardo, chegou a atender a reportagem, pediu para retornar e não atendeu mais. Ele é um dos mais respeitados criminalistas do Estado.
Prisão. Em todos esses anos, Norberto Mânica foi preso em duas ocasiões e ficou um ano e quatro meses detido, no total. Nas duas vezes, conseguiu habeas corpus. Em uma delas, em 2006, foi preso depois que o Ministério Público Federal (MPF) denunciou que ele estaria tentando comprar testemunhas.
Já Antério ficou preso por 17 dias. Os advogados dos réus foram procurados em seus escritórios, mas não foram encontrados.