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Defesa tentará emplacar latrocínio

Mais de nove anos após crime, julgamento de três dos oito réus começa hoje, na capital

Paulo Sérgio
Por: Paulo Sérgio Fonte: Foto: Pedro Vilela/Fonte: Otempo
27/08/2013 às 11h11
Defesa tentará emplacar latrocínio
Começam a ser julgados, na manhã de hoje, três dos oito acusados de assassinar três auditores fiscais do trabalho e o motorista que os acompanhava na fiscalização de fazendas no município de Unaí, na região Noroeste do Estado. Até agora, foram nove anos e sete meses de espera para o primeiro júri do crime, que ficou conhecido como Chacina de Unaí e virou um exemplo da lentidão da Justiça, com os seguidos recursos apresentados pelas defesas dos acusados para atrasar o processo. Embora ainda não trate dos mandantes do crime, a sessão deve ser o início da estratégia que irá permear todo o processo: transformar a execução em um caso de latrocínio (roubo seguido de morte).

Serão julgados os acusados de ser os pistoleiros da execução esses réus estão presos desde 2004. Segundo o advogado auxiliar de acusação Rogério Del-Corse, eles devem assumir o crime e usar o latrocínio para livrar aqueles que seriam os mandantes do assassinato, os irmãos Norberto e Antério Mânica, políticos e fazendeiros da região.

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Um deles teria dito, inclusive, em depoimento, que o assassinato não foi encomendado, e sim um roubo que deu errado.

Del-Corse, no entanto, vê uma contradição. “Não faz sentido o acusado admitir o latrocínio, que tem uma pena mais pesada que o homicídio. Isso levanta suspeitas de que poderia haver pagamento por parte dos fazendeiros para que houvesse essa confissão”. Segundo o Código Penal, a pena mínima para homicídio triplamente qualificado é de 15 anos de prisão, enquanto, no caso de latrocínio, é de 20 anos.

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O advogado dos réus que vão hoje a júri, Marcelo Leonardo, chegou a atender a reportagem, pediu para retornar e não atendeu mais. Ele é um dos mais respeitados criminalistas do Estado.


Prisão. Em todos esses anos, Norberto Mânica foi preso em duas ocasiões e ficou um ano e quatro meses detido, no total. Nas duas vezes, conseguiu habeas corpus. Em uma delas, em 2006, foi preso depois que o Ministério Público Federal (MPF) denunciou que ele estaria tentando comprar testemunhas.

Já Antério ficou preso por 17 dias. Os advogados dos réus foram procurados em seus escritórios, mas não foram encontrados. 

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