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Governo estuda alta de 6% no preço dos combustíveis nas bombas dos postos

Técnicos do governo estimam a necessidade de reajuste entre 25% e 30% nos preços dos combustíveis nas refinarias, caso a área econômica decida cobrir a defasagem

Paulo Sérgio
Por: Paulo Sérgio Fonte: Foto: Alex de Jesus/Otempo
23/08/2013 às 10h15
Governo estuda alta de 6% no preço dos combustíveis nas bombas dos postos
Brasília. Técnicos do governo estimam a necessidade de reajuste entre 25% e 30% nos preços dos combustíveis nas refinarias, caso se decida por cobrir a defasagem entre os valores praticados no exterior e no país.

O percentual embute uma parcela que se refere à mudança estrutural do preço do petróleo no mercado internacional, entre US$ 100 e US$ 110 o barril, e outra que se refere à variação do câmbio. Esta deverá ser a justificativa do governo ao repassar o reajuste ao consumidor em parcelas, o que deve ser feito para evitar efeitos desastrosos na inflação.

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Uma das ideias em estudo é autorizar aumento de cerca de 10% nas refinarias da Petrobras no fim deste ano e o restante em 2014. Aos postos, a alta ficaria em 5%, já que o impacto na bomba equivale à metade do que é concedido na refinaria.

Como a Petrobras está pressionada por problemas financeiros, não se descarta a hipótese de o governo cobrir a defasagem com recursos públicos. No entanto, avalia-se em Brasília que a forte expansão da oferta do álcool hidratado no mercado nacional neste ano já serviu para aliviar o volume de importações de combustíveis pela estatal – chegando próximo a zero em julho –, o que acaba dissipando boa parte dessa pressão sobre o caixa da empresa.

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O que se discute nos bastidores do governo é que a autorização da primeira parcela se daria na semana entre Natal e Ano Novo, e a segunda, em 2014, na sexta-feira de carnaval. Isso diminuiria o impacto junto à opinião pública em um ano eleitoral. Segundo técnicos, o governo vai esperar o dólar se estabilizar em um patamar menor, algo entre R$ 2,30 e R$ 2,35, para autorizar o reajuste. A ação do Banco Central ontem ajudou a reverter a tendência do câmbio e, por consequência, aliviou a pressão sobre os combustíveis, avalia uma fonte do governo.

A decisão de autorizar a alta reivindicada pela Petrobras só no fim do ano também se deve à expectativa sobre quem será o novo presidente do Fed (o banco central americano) – decisão que deve sair no mês que vem – e o que mudará na economia dos EUA.

Outra questão que está sendo avaliada é o impacto que teria um reajuste no diesel antes do período de chuvas – quando o governo recorre às térmicas, que usam o combustível, para suprir a necessidade de energia do país.


Ações da Petrobras sobem com a especulação

São Paulo. O Ibovespa, principal índice da Bovespa, fechou ontem em alta de 1,97%, puxado principalmente pelas ações da Petrobras.

A estatal foi o principal destaque da sessão, com ganhos superiores a 5%, mas Vale, siderúrgicas e OGX também contribuíram para restaurar o patamar de 51 mil pontos.

A expectativa de que aconteça logo – ou pelo menos neste ano – um reajuste dos combustíveis foi o que impulsionou as ações da Petrobras, que dispararam mesmo depois de o governo rechaçar que tivesse tratado do assunto ontem. O papel ON saltou 5,33% e o PN, 5,31%, a segunda e terceira maiores altas do Ibovespa.

Vale e siderúrgicas também subiram com bastante força, favorecidas pelas notícias da China. 

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