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Empresas de energia perdem R$ 37 bi em valor de mercado

A Cemig perdeu R$ 9.8 bilhões em quatro meses e lidera o ranking

Paulo Sérgio
Por: Paulo Sérgio
12/01/2013 às 17h50
Empresas de energia perdem R$ 37 bi em valor de mercado

 

FOTO: DIVULGAÇÃO/USINA HIDRELÉTRICA DE MAUÁ/otempo
São Paulo. As 34 empresas do setor elétrico listadas em Bolsa perderam, nos últimos quatro meses, R$ 37,23 bilhões em valor de mercado desde o anúncio do governo de redução das tarifas de energia, segundo levantamento da consultoria Economática, elaborado entre 6 de setembro e 10 de janeiro, quando o valor de mercado destas companhias recuou de R$ 206,4 bilhões para R$ 169,17 bilhões, queda de 18,03%.

A Cemig foi a empresa que mais perdeu valor de mercado, somando R$ 9,854 bilhões, mais do que a Eletrobras, que perdeu R$ 9,315 bilhões. Cesp (R$ 4,159 bilhões), CPFL Energia (R$ 2,367 bilhões) e AES Tietê (R$ 2,199 bilhões) foram outras que tiveram fortes perdas.

Em percentuais, a companhia mais atingida foi a Eletrobras, com redução de 48,4% de seu valor de mercado no período considerado. Em seguida estão Afluente (-48,15%), Cesp (-41,4%), Cemig (-34,6%), Eletropaulo (-33,4%), Emae (-33,3%), Cosern (-31,1%), Ceee-Gt (-30,8%) e AES Tietê (-22%).

Das 34 empresas analisadas, dez têm valor de mercado inferior ao seu patrimônio liquido. Dessas, a Eletrobras é a que apresenta a menor relação, de 12,45%. O valor de mercado da Eletrobras, na última quinta-feira, era de R$ 9,9 bilhões contra um patrimônio líquido de R$ 79,58 bilhões. De forma consolidada, segundo a Economática, este indicador atinge 94,22%, o que "significa que o mercado está pagando pelas empresas do setor de energia elétrica 5,78% a menos do que elas valem", diz a consultoria. Procurada, a Cemig não repercutiu os dados divulgados ontem pela Economática. 

Investimento. O sócio da MB Associados e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, avaliou que a incerteza sobre a oferta de energia elétrica já está "enraizada" na economia e limitará investimentos no setor produtivo no Brasil em 2013. "Saberemos apenas em março se haverá o possível controle de oferta na energia, porque será o período mais seco, com o fim das chuvas de verão. Portanto, essa incerteza está enraizada e limitará investimentos", disse Mendonça de Barros.

Para ele, o empresariado avalia que em um possível cenário de racionamento de energia, os grandes consumidores, ou seja, as indústrias, serão os mais atingidos. "O raciocínio dos empresários é que se tiver restrição (de energia), o último a ser atingido será o consumidor residencial", completou o ex-ministro.




 
Hidrelétricas têm o primeiro aumento no nível de água
 
Brasília. Os reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste do país registraram, ontem, o primeiro aumento do nível de água no ano, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico. As chuvas que caem desde quinta-feira ainda são insuficientes, mas pelo menos interrompeu o ciclo de queda das reservas. As represas localizadas nas duas regiões correspondem por 70% da geração hidrelétrica do país. As reservas estão em 28,67%, segundo a ONS.

Já os reservatórios das hidrelétricas do Nordeste continuam sendo os mais prejudicados pela falta de chuvas. Na quinta-feira, o nível de água acima da margem de segurança era de 29,61%, um pouco abaixo dos 29,91% registrados na véspera. A região foi a única a não apresentar melhora em relação à véspera.

Nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, onde estão concentrados mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) do país, o nível dos reservatórios subiu, mas o crescimento, no entanto, ainda é muito pequeno e mesmo com chuva em hidrelétricas como a de Funil, de Furnas, não há informação se haverá um aumento mais expressivo.

A chuva também ajudou um pouco os reservatórios do Sul, os mais altos do país no momento, com 46,57% acima do limite de segurança, contra 45,33% no dia anterior.

Na região Norte os reservatórios estão operando com 40,39%, levemente acima dos 39,99% registrados na última quarta-feira pela ONS.
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