Foi dramático, com uma grande dose de sofrimento, mas o Brasil venceu o Uruguai pelo placar de 2 a 1, nesta quarta-feira, e garantiu vaga na final da Copa das Confederações. Com dois times aguerridos, qualificados e vencedores, o Mineirão recebeu uma semifinal digna de grandes competições internacionais e da rivalidade existente entre os países sul-americanos no mundo da bola.
Havia o medo de o torcedor presenciar um “Mineirazo”, como na final da Copa de 50, no famoso episódio do “Maracanazo”, que deu o título mundial aos uruguaios em pleno Maracanã. Mas o Gigante da Pampulha mostrou ser pé quente mais uma vez. O primeiro jogo oficial da seleção no estádio foi justamente contra os vizinhos, em 7 de setembro de 1965 - dois dias depois da inauguração -, e o placar apontou 3 a 0 para os donos da casa.
O receio de ver o pior acontecer começou logo aos 13 min, quando David Luiz fez bobagem ao se enroscar com Lugano e cometer pênalti. Sair atrás no marcador poderia ser o início de um pesadelo para o time verde-amarelo. Mas Júlio César acertou o canto da cobrança de Forlán e defendeu para escanteio, levando o Mineirão à loucura.
Depois disso, a partida voltou ao estilo pegado, com os marcadores levando a melhor sobre os atacantes e pouco espaço para o talento. Até que o jogo esquentou de vez com uma dividida mais forte e um princípio de confusão entre os rivais. Coincidência ou não, logo na sequência saiu o gol do mineiro Fred, “dono da casa”.
O problema é que ninguém contava com uma tarde infeliz da dupla de zaga brasileira. Depois do pênalti de David Luiz, foi a vez de Thiago Silva entregar o ouro logo aos 2 min dos segundo tempo. Cavani aproveitou o vacilo do capitão e mandou para a rede.
O Brasil só acordou quando Bernard entrou no lugar de Hulk. Ovacionado pelos torcedores, o garoto entrou cheio de personalidade e passou a criar as melhores jogadas ofensivas. Pelos pés do camisa 20 saíram lances de perigo com Fred e Neymar.
Mas a empolgação acabou perdendo força aos poucos e dando lugar a grandes sustos protagonizados pelos uruguaios. Já na reta final do clássico, Cavani quase teve a sua noite de Ghiggia, o carrasco brasileiro de 1950.
Depois de a torcida ficar com o coração na mão, finalmente veio o gol da classificação. Neymar cobrou escanteio para o volante-artilheiro Paulinho cabecear, aliviar os mais de 57 mil presentes ao estádio e colocar o Brasil em mais uma disputa de título.
BRASIL 2 X 1 URUGUAI
Motivo: Semifinal da Copa das Confederações
Local: Mineirão
Árbitro: Enrique Osses (CHI)
Gols: Fred e Paulinho (BRA); Cavani (URU)
Cartões amarelos: David Luiz, Luiz Gustavo e Marcelo (BRA); Cavani e González (URU)
Público: 57.483 pagantes
BRASIL
Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho, Oscar (Hernanes), Hulk (Bernard) e Neymar (Dante); Fred
Técnico: Luiz Felipe Scolari
URUGUAI
Muslera; Maxi Pereira, Lugano, Diego Godín e Cáceres; Arévalo Ríos, González (Gargano) e Rodríguez; Forlán, Cavani e Suárez
Técnico: Óscar Tabárez