Geral Distrito Federal
Internos do sistema prisional vão fabricar tijolos ecológicos
Atualmente, cerca de 400 detentos do sistema semiaberto trabalham e são beneficiados com a redução da pena
31/05/2022 14h40
Por: Da Redação Fonte: Agência Brasília
Chico Neto

Proporcionar o resgate da dignidade de presos é o objetivo do projeto Reconstruindo Vidas, do Centro de Internação e Reeducação (CIR), vinculado à Secretaria de Administração Penitenciária (Seape). A iniciativa consiste em prestar qualificação profissional a reeducandos do sistema prisional por meio da criação de uma fábrica de tijolos ecológicos. Sustentável, a oficina tem a meta de preparar os alunos para acompanhar as mudanças do mercado de trabalho.

O diretor do CIR, João Victor da Anunciação, ressalta a importância da iniciativa: “Trabalho traz dignidade” | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

“É preciso formar o preso, porque um dia ele vai sair”, explica o responsável pelo projeto, o diretor do CIR, João Victor da Anunciação. Há 17 anos no sistema prisional, ele tem sob responsabilidade 3,6 mil presos do sistema semiaberto, dos quais cerca de 400 trabalham. Para cuidar desses reeducandos, conta com uma equipe de 30 agentes. “Trabalho traz dignidade”, define.

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De acordo com João Vitor, o objetivo agora é expandir o projeto para que outros reeducandos aprendam o ofício e se beneficiem com a redução da pena, além de gerar economia para o Estado, uma vez que os tijolos produzidos são usados em obras realizadas na própria Papuda.

O tijolo ecológico é uma mistura de terra, água e uma pequena quantidade de cimento (cerca de 10%). O processo de produção dispensa a queima em fornos, o que reduz a emissão de gases poluentes na atmosfera, além de gerar grande economia energética e minimizar o desmatamento para a obtenção de lenha.

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Novos projetos

Além do projeto da fábrica de tijolos, outros estão em andamento no Centro de Internação e Reeducação. Segundo João Victor, além do Reconstruindo Vidas, há um curso de inglês e uma horta, cuidada por dez reeducandos, cuja produção é toda doada para ações do governo.

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Tanto as aulas de inglês quanto a horta contam com a participação de dois presos – um professor e outro agrônomo. Os detentos também são responsáveis por outras atividades, como a limpeza do local.