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Joaquim Barbosa, o filho ilustre de Paracatu e de Minas Gerais

Mineiro de 58 anos foi eleito, na quarta-feira (10), o novo presidente do Superior Tribunal Federal

Paulo Sérgio
Por: Paulo Sérgio
11/10/2012 às 00h00
Joaquim Barbosa, o filho ilustre de Paracatu e de Minas Gerais

De Paracatu ao Supremo. Na tarde da última quarta-feira (10), o mineiro do Noroeste de Minas, Joaquim Barbosa, foi eleito o 44º presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). O paracatuense assumirá o mandato de dois anos em novembro, com a aposentadoria compulsória do atual presidente, Carlos Ayres Britto, que completa 70 anos.

 

De origem pobre, Joaquim é considerado o mais ilustre ex-aluno da Escola Dom Serafim, localizada em um bairro carente de Paracatu. Ele viveu em sua terra natal até os 16 anos, onde trabalhava para ajudar seu pai, dono de uma olaria. Mesmo assim, sempre encontrava uma brecha e passava as noites debruçadas sobre os livros.

Na década de 1970, Joaquim Barbosa deixou Paracatu e partiu rumo a Brasília. Após concluir o ensino médio, ele foi aprovado no vestibular de Direito da Universidade de Brasília (UnB). Com o diploma e o título de doutor em direito público, conquistado em Paris, a carreira deslanchou. Antes de assumir o STF, foi oficial de chancelaria do Ministério das Relações Exteriores, serviu na Embaixada do Brasil na Finlândia e integrou o Ministério Público Federal em Brasília e no Rio.

Joaquim é o 9º mineiro a assumir o posto. Veja quem foram os outros: Edmundo Lins (1931/1937), Orozimbo Nonato (1956/1960), Lafayette de Andrada (1962/1963), Gonçalves de Oliveira (1968/1969), Antonio Neder (1979/1981), Sepúlveda Pertence (1995/1997), Carlos Velloso (1999/2001), Maurício Corrêa (2003/2004).


Origem

Nascido em Paracatu (MG), Barbosa é de origem pobre, e já trabalhou como faxineiro e tipógrafo. Estudou direito na UnB (Universidade de Brasília) e foi oficial de chancelaria até se tornar membro do Ministério Público Federal.

O ministro é conhecido por seu temperamento forte e por protagonizar polêmicas discussões com seus colegas do tribunal, inclusive ocorridas durante o julgamento do mensalão, principalmente com Lewandowski, revisor do processo e seu futuro vice.

Ainda assim, para outros integrantes do STF ouvidos pelo jornal Folha de São Paulo, esse perfil não deve atrapalhar sua gestão. Isso porque a função do presidente do tribunal tem um caráter basicamente administrativo e exige o apoio dos demais ministros. Um deles afirmou que o tribunal tem um caráter muito mais parlamentarista do que presidencialista, já que as decisões mais importantes tomadas pelo chefe devem ser aprovadas pela maioria dos colegas, em sessão administrativa.

Existe, no entanto, uma questão que poderá prejudicá-lo. Sofrendo de um problema crônico nas costas, Barbosa, que também acumulará o cargo com a presidência do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), poderá deixar de representar o tribunal e o conselho em um ou outro evento normalmente prestigiado pela autoridade máxima do Poder Judiciário, enviando em seu lugar Lewandowski.

Barbosa poderia ter presidido o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) entre 2008 e 2010, mas recusou o posto para tratar do problema de saúde.

 

fonte: onorte/foto divulgação

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