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Ômicron: para o professor da UFMG Unaí Tupinambás, ainda é cedo para saber os riscos envolvidos

Em entrevista à Rádio UFMG Educativa, infectologista estimou um período de 2 a 3 semanas para termos informações mais concretas da nova cepa e abordou a desigualdade vacinal no mundo

01/12/2021 às 13h41 Atualizada em 01/12/2021 às 13h45
Por: Paulo Sérgio Fonte: Fonte: UFMG
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Pixabay
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O mundo tomou conhecimento de uma nova variante do coronavírus em circulação: a Ômicron. Detectada primeiramente na África do Sul, na última semana, a nova cepa rapidamente teve casos confirmados em outros países, como Israel, Bélgica, Hong Kong, Botsuana, Reino Unido, Alemanha, Itália, Austrália e República Tcheca. A Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a Ômicron como uma variante de preocupação. No Brasil, laboratórios da UFMG integram esforço nacional de monitoramento da cepa.

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Ainda não se pode afirmar se a nova forma do vírus o torna mais contagioso do que as antecessoras ou se conseguirá escapar da proteção conferida pelas vacinas. Uma questão que ganhou relevância em meio à descoberta é a baixa cobertura vacinal nos países da África. Até 28 de outubro, o continente havia imunizado de forma completa apenas 6% da população. A OMS prevê que apenas 5 dos 54 países africanos devem alcançar a meta de concluir o esquema vacinal de 40% da população até o fim do ano. Enquanto isso, a realidade é bem diferente na União Europeia, na qual 70% dos adultos estão totalmente vacinados.

Para tratar de questões referentes à variante Ômicron e sobre o cenário de desigualdade vacinal no mundo, o programa Conexões desta terça, 30, levou ao ar entrevista com o infectologista, professor da Faculdade de Medicina da UFMG e membro dos comitês de enfrentamento do coronavírus tanto da Universidade quanto da Prefeitura de Belo Horizonte, Unaí Tupinambás. O docente destacou que o fato da cepa ter sido identificada pela primeira vez na África do Sul não significa que ela surgiu lá, visto que vários outros países em diferentes continentes já registraram casos. Outro ponto enfatizado pelo convidado foi a questão da desigualdade vacinal no mundo. “Ou salvamos todos ou ninguém se salva nessa pandemia”, frisou.

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O médico explicou que essa é mais uma evidência de que a baixa vacinação favorece o surgimento de nova variantes, pois as descobertas de outras cepas, como a Gama, no Brasil, e a Delta, na Índia, também se deram em um contexto de população desprotegida. Tupinambás acredita não ser justa a medida de bloquear voos de países africanos, como se fosse um castigo, visto que a África do Sul identificou a nova variante e avisou ao mundo em tempo recorde. Para o professor, apenas a obrigatoriedade de quarentena aos viajantes em território brasileiro já seria suficiente.

O infectologista detalhou que é cedo para saber como a Ômicron vai impactar a situação da pandemia. “Nós temos que ter mais paciência, pois ela foi descoberta há menos de uma semana e nós não sabemos muita coisa sobre ela. Daqui a 3 semanas ou 15 dias, nós teremos uma ideia se ela é mais contagiosa, se ela escapa da resposta vacinal, se ela pode ser mais letal ou não. Pode ser que essa variante não tenha tanto impacto na letalidade, por exemplo, e ela só cause casos mais brandos. Temos que esperar e ver como a variante vai se comportar, principalmente diante das pessoas vacinadas”, ponderou.

As previsões do pesquisador para as festas de fim de ano são otimistas em relação ao cenário do final de 2020. “Ano passado não tínhamos vacina, os casos estavam descontrolados. Este ano, a pandemia está se arrefecendo, mas não terminou ainda, e temos a vacina. Então, as famílias podem se encontrar, mas todos vacinados, pois até dezembro todos os brasileiros adultos já poderão ter tomado as duas doses e vários terem tomado a terceira, em local aberto, se possível, janelas abertas, portas abertas e os mais vulneráveis se protegendo mais, ficando mais perto da janela e mais distantes do grupo”, recomendou. Porém, os cuidados de prevenção do dia a dia, com uso de máscara, higienização das mãos e evitar aglomerações, sobretudo em ambientes fechados, continua e quem ainda não se vacinou deve fazê-lo o mais rápido possível.

Ouça a entrevista completa pelo Soundcloud.

Para acompanhar o monitoramento das variantes do coronavírus em circulação em Minas, é possível conferir os trabalhos do Observatório de Vigilância Genômica. A ação é uma parceria que envolve pesquisadores da UFMG, da Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Para acessar os comunicados do observatório, visite o site da iniciativa.

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