SES-MG debate "Câncer relacionado ao trabalho" em evento internacional

A Coordenação de Saúde do Trabalhador da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG)participou do I Seminário Internacional sobre Atenção Integral à Saúde das Populações Expostas ao Amianto, promovido pelo Ministério da Saúde (MS), em evento on-line. 

Experiências no aperfeiçoamento de ações de investigação epidemiológica e notificação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) dos casos de câncer relacionados ao trabalho, mais especificamente sobre o mesotelioma, tumor raro provocado principalmente pela exposição ao amianto, foram temas da palestra realizada pelos profissionais da pasta. 

Durante a apresentação “Análise, monitoramento e prevenção: como funcionam os sistemas de notificação”, Cristiane Andrade, referência técnica da Coordenação de Saúde do Trabalhador da SES-MG, destacou as medidas que o órgão tem adotado para reduzir o cenário de subnotificação de casos de câncer relacionados ao trabalho em Minas Gerais junto ao Sinan. Desde 2004, a notificação da doença é obrigatória.

“A experiência compartilhada focou na organização de condutas e práticas voltadas para a Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho, com enfoque no mesotelioma, a fim de que estas ações sejam realizadas rotineiramente pelos serviços, especialmente os de saúde do trabalhador. Para isso, é necessário o envolvimento de toda a rede de Atenção à Saúde, incluindo a Atenção Primária à Saúde e a Alta Complexidade”, explica Cristiane.

Desde 2019, a Coordenação de Saúde do Trabalhador SES-MG tem atuado mais intensamente para que as notificações dos casos de câncer relacionado ao trabalho correspondam à realidade, em um esforço voltado para a identificação do real cenário da morbimortalidade de trabalhadores. Os dados gerados de forma mais qualificada subsidiam definições de políticas públicas e direcionam estratégias de prevenção e promoção da saúde no estado. Entre 2007 e 2021, foram registrados 141 casos em Minas Gerais, sendo 22 apenas neste ano.

Proibição

Em função dos efeitos nocivos à saúde, vários países já proibiram o uso de produtos que contenham amianto, incluindo o Brasil. Em Minas Gerais, na Lei nº 21.114/2013 foram estabelecidos prazos até 2023 para o seu banimento total. Embora em processo de desuso, calcula-se que haja mais de 7 milhões de toneladas de amianto na sociedade brasileira, sob a forma de fibras não trabalhadas e produtos transformados ou instalados, além de descartes.

O amianto, ou asbesto, é abundante na natureza em todo o planeta e é facilmente lavrado e processado. Possui características que o tornaram bastante usado na indústria, como baixo custo de produção e resistências mecânica e térmica. Quando misturado ao cimento, produz um material muito resistente e versátil (cimento-amianto), empregado em locais como telhas, caixas d´água, painéis lisos, divisórias e forros.